Contra o desmonte do plano de saúde, em assembleia virtual realizada pelo Sintaema, nesta terça (30), a categoria aprovou por ampla maioria o estado de greve.
Além disso, a decisão aponta para uma semana de forte mobilização, com a aprovação de nova assembleia no dia 6 de outubro, às 18h, e, caso não haja avanços concretos, a greve será deflagrada a partir da meia-noite do dia 7.
O tema central do debate foram os ataques e violações promovidos pela Sabesp privada contra o plano de saúde da categoria. No último dia 22, a Sabesp apresentou uma proposta de novo plano, no qual o Sintaema identificou pontos graves de retrocesso:
- Violação da isonomia: Diferenciação entre trabalhadores universitários e técnicos/operacionais;
- Ausência de hospitais de referência, comprometendo a qualidade do atendimento.
“Se não conseguirmos um plano digno, que mantenha a qualidade e a isonomia para os trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp, vamos encaminhar as lutas que forem necessárias”, afirmou José Faggian, presidente do Sintaema.
Direito histórico ameaçado
O plano de saúde é uma conquista histórica, resultado de décadas de luta do Sintaema e da categoria. Agora, a Sabesp tenta rebaixar esse direito para ampliar sua margem de lucro. Enquanto corta benefícios dos trabalhadores e trabalhadoras, a direção da Sabesp privada mantém privilégios para o “alto clero” da empresa, que segue com planos de saúde de alto padrão.
A denúncia é ainda mais grave: o atual CEO da Sabesp, Carlos Piani, é membro do conselho da HapVida — empresa diretamente interessada no mercado de planos de saúde. Uma postura nada republicana, que evidencia o conflito de interesses e o desprezo pela lisura do processo e pela saúde dos trabalhadores, em favor de interesses privados.
Conjuntura de retrocessos
Durante a assembleia, José Faggian lamentou que o contexto atual não é de avanços, mas de resistência para evitar mais perdas. Desde o golpe contra Dilma, em 2016, a classe trabalhadora amarga uma sequência de ataques: reforma trabalhista, lei da terceirização, reforma da previdência, desmonte do saneamento público, eleição de Bolsonaro e, agora, o governo privatista de Tarcísio de Freitas.
Na Sabesp, a conta é pesada: já são mais de 4 mil trabalhadores a menos – fruto dos programas de demissão implantados pela gestão -,denúncias de pressão e assédio. Agora, a ofensiva atinge diretamente a saúde da categoria.
Unidade e luta!
A assembleia também contou com a presença do corpo jurídico do sindicato, que estuda – além da luta que o Sindicato organiza – ações na Justiça do Trabalho e na Justiça Comum, inclusive a possibilidade de pedido de liminar para suspender a proposta da Sabesp. Mas a direção reforça: nenhum caminho jurídico substitui a mobilização da categoria.
“Este é um momento decisivo. Só com unidade e participação ativa da base vamos garantir um plano de saúde digno e derrotar os ataques da Sabesp privatizada”, afirmou a direção do Sintaema.