
Em entrevista ao portal da CNN, o CEO da Sabesp, Carlos Piani, afirmou que a empresa pretende fazer, “em apenas 5 anos, o que levou 50 para realizar” e que “milhões de empregos serão gerados”. Mas, na prática, a realidade é bem diferente desse discurso de marketing vazio.
Leia também – Sintaema cobra mais segurança após novo assalto em unidade da Sabesp
Piani fala em gerar empregos, mas não apresenta qualquer projeto de ampliação de estações de tratamento de água e esgoto, nem um programa sério de contratações ou valorização de quem trabalha.
O que vimos nos últimos 14 meses não passa de mais uma ação publicitária para esconder o que a realidade já revela: enxugamento da empresa, precarização, contas abusivas e São Paulo pagando caro pela privatização de Tarcísio de Freitas.
Nesse período, a nova gestão da Sabesp tem operado no improviso, baseada em cortes e precarização: programas de demissões em massa, aumento brutal da pressão sobre os trabalhadores, alta rotatividade da mão de obra, assédio escancarado e salários cada vez mais rebaixados.
O próprio Piani admitiu à CNN: “Precisamos fazer tudo o que a companhia fez nos últimos 50 anos em 5. Hoje, a gente completa 1 ano, e temos 7.500 trabalhando pelos nossos investimentos”.
A fala revela a lógica perversa: reduzir quadro, intensificar exploração e jogar nas costas de quem trabalha a responsabilidade de multiplicar resultados, ou seja, o lucro.
Reclamações e denúncias
Enquanto o CEO vende promessas mirabolantes, as denúncias contra a Sabesp se acumulam: água suja nas torneiras, bairros inteiros sem abastecimento (e não adianta colocar a culpa em São Pedro), cortes de trabalhadores, ambientes de trabalho cada vez mais insalubres e ameaças constantes aos direitos da categoria que, com suor e dedicação, construiu a terceira maior empresa de saneamento do mundo.
O Sintaema segue firme e combativo. Estamos na linha de frente contra a privatização e em defesa de quem realmente faz o saneamento acontecer em São Paulo: os trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp. Denunciamos o projeto que coloca o direito à água e ao saneamento a serviço dos lucros dos abutres da Faria Lima, que Piani representa.
Água é vida, não é mercadoria.