Começou nesta segunda-feira (4) no plenário da Alesp o debate do PL 1501/2023 que autoriza a privatização da Sabesp. Deputados progressistas ocuparam a maior parte do tempo do debate atacando o PL do governador Tarcísio de Freitas enquanto os parlamentares governistas se omitiram do debate. A previsão é que a votação aconteça nesta terça-feira (5). O Sintaema acompanhou o debate nas galerias e prepara um ato em frente à Alesp para esta terça.
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“Não existe um motivo razoável para justificar a privatização da Sabesp. Os parlamentares que trouxeram o debate para o plenário mostraram o crime que será contra o povo de São Paulo a privatização da empresa. O governador Tarcísio atuou para impedir um debate aprofundado. O que pode ir à votação é um projeto que não detalhe, não aprofunda, não traz estudo técnico. É um cheque em branco para a iniciativa privada fazer o que bem entender”, afirmou a direção do Sintaema.
O deputado Paulo Fiorillo (PT) questionou como será a partilha de dividendos. “Por quê não tem uma cláusula que a Sabesp tem que dar de dividendos apenas 25%, como acontece hoje? Aliás, apresentamos uma emenda de plenário para que 75% seja investido em obra e saneamento. Não está. Esqueceram de colocar. Esqueceram de colocar várias outras coisas”, ironizou o deputado.
O presidente da Frente Parlamentar Contra a privatização da Sabesp, deputado Emídio de Souza (PT), deu números das condições do saneamento em São Paulo antes da chegada da Sabesp, em 1973. “Morriam mais de 90 crianças a cada mil nascidas. Hoje esse numero é de 9 crianças. A Sabesp que está sendo privatizada é uma empresa que tem 10 milhões de ligações de domicílios, 8 milhões e 650 mil de domicílios ligados em rede de esgoto e 91 mil km de tubulação e encanamento no solo”, informou.
“Sabe quanto a iniciativa privada fez dessa estrutura? Nada. O que eles vão fazer com a Sabesp é uma regra nas privatizações no Estado. Vão pegar a estrutura, dar uma maquiada e lucrar em cima daquilo. Essa é a realidade dos pedágios”, acrescentou o deputado. Ele chamou o estudo apresentado pelo IFC de “frágil e mequetrefe” para “garantir que o maior e melhor patrimônio de São Paulo vá para as mãos da iniciativa privada”.
Ato nesta terça-feira
O Sintaema fez convocação nesta terça-feira para os trabalhadores (as) do saneamento e de outras categorias assim como dos movimentos sociais para que participem nesta terça-feira, às 14h, de um ato público em frente à Alesp. “Precisamos estar atentos e mobilizados, fazer barulho para barrar no plenário a privatização dessa empresa que é um patrimônio do povo de São Paulo”, ressaltou a direção do Sintaema.
SERVIÇO
Ato em defesa da Sabesp pública
5 de dezembro
14h
Rua Mário Kozel Filho ( na Entrada 2 da Alesp, ao lado do estacionamento)
Fotos: Karla Boughoff