A Sabesp pratica atualmente umas das menores tarifas de água do Brasil. Tanto a comum como as tarifas subsidiadas, que são a social e a vulnerável, ainda podem ser reduzidas de forma sustentável. “A Sabesp não precisa ser privatizada para a tarifa ser reduzida. A proposta do governo é para enganar a população, mas não se sustenta”, afirmou o presidente do Sintaema, José Faggian.
A tarifa social da Sabesp custa R$ 22,38 enquanto a de cidades como o Rio de Janeiro e Campo Grande, em que o saneamento é privatizado, a mesma tarifa é 102,4% mais cara (Rio de Janeiro) e 172,3% mais cara (Campo Grande). “Em todos lugares do Brasil e do mundo onde o saneamento foi privatizado a tarifa aumentou e o serviço piorou”, acrescentou Faggian.
A Sabesp pública tem ainda a tarifa vulnerável em que é cobrado R$ 17,06 por mês. “Nessa comparação dá pra perceber a diferença entre a Sabesp pública e as empresas de saneamento privatizadas. As tarifas de São Paulo estão entre as menores do Brasil cumprindo um papel social relevante”, argumentou Faggian.
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De acordo com ele, se a Sabesp quiser realmente baixar a tarifa pode começar pela tarifa social e sem comprometer o orçamento da empresa. “A tarifa social atende 12% do público Sabesp e os custos ficam em torno de 1,5 % da arrecadação. Se você dobrar esse percentual não compromete o orçamento da empresa porque no balanço geral 3% é insignificante. Mas é preciso vontade política”, concluiu.
Segundo Faggian, a repactuação dos contratos é o caminho para reduzir a tarifa. O dirigente citou os exemplos das empresas públicas de saneamento, Sanepar, no Paraná, e a Cagepa, na Paraíba. “Fizeram a repactuação para diluir a amortização dos ativos e são empresas públicas”.
Ele criticou o governo Tarcísio de Freitas que afirmou que pretende usar o dinheiro da venda da Sabesp para reduzir momentaneamente a tarifa. “Isso não se sustenta. Em nenhum lugar onde se pratica uma boa governança se utiliza dinheiro de ativos para custeio. A lógica do lucro vai predominar com a privatização. O interesse público e o papel social ficarão relegados e a população será a mais penalizada”, reiterou Faggian.