Seguindo a agenda em Brasília, no dia 18 de janeiro, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu a delegação da CTB, que é composta por um conjunto de entidades sindicais de todo país, inclusive pelo Sintaema.
Na ocasião, a ministra recém-empossada, lembrou do desastre que a administração anterior causou ao setor. Embasada por negacionismo, por ódio ao conhecimento, à ciência e pelo descaso com as universidades e centros de pesquisa, a equipe do ex-presidente genocida deixou um lamentável legado que precisa ser urgentemente revertido.
Luciana afirmou que o Brasil possui um parque tecnológico muito significativo e desenvolvido como poucos países no mundo, possui ainda vários centros e institutos de pesquisas espalhados pelo território nacional, importantes universidades, além de muitas mentes brilhantes prontas e preparadas para contribuírem com o desenvolvimento cientifico e tecnológico do país. Afirmou, ainda, que em alguns setores, como o de extração de petróleo e geração de energias renováveis, o Brasil encontra-se na fronteira do desenvolvimento tecnológico, produzindo e exportando conhecimento para o resto do mundo.
A ministra enfatizou durante o encontro a importância do movimento sindical e consequentemente da classe trabalhadora na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável e voltado para atender as necessidades da atual fase do desenvolvimento das forças produtivas no mundo, e também a necessidade de construir um modelo que contribua para o aumento da produtividade nacional, ela disse que só sairemos da condição subalterna, em relação a divisão internacional do trabalho, de meros exportadores de comodities, para a condição de exportadores de manufaturas com valor agregado, com o incremento em pesquisa e inovação e com a criação de tecnologias genuinamente nacionais. Para isso, faz-se necessário uma coordenação nacional, investimentos públicos que atraiam o setor privado para investir também e um verdadeiro projeto de nação soberana.
Nossa delegação, concordando com a ministra, expos que os setores mais dinâmicos da economia nacional só darão um salto de qualidade com pesado investimento em novas tecnologias, e que a ciência e a pesquisa são fundamentais para o desenvolvimento dos meios de produção nacionais, desenvolvimento esse que tem como consequência o aumento de produtividade da mão de obra.
Nós, trabalhadores e trabalhadoras do saneamento e do meio ambiente, a muito tempo temos dado nossa cota de contribuição na produção de tecnologia genuinamente nacional. Na Sabesp, que é a terceira maior empresa de saneamento do mundo, a categoria periodicamente cria novas e melhores tecnologias para o tratamento de água e esgoto. Na CETESB, que também é uma referência mundial, periodicamente são criadas novas tecnologias de monitoramento da qualidade da água, do ar e do solo e do monitoramento de áreas degradadas.
Por fim, para nós enquanto classe trabalhadora, o desenvolvimento das forças produtivas e consequentemente o aumento da produtividade do trabalho são fundamentais, sabemos que isto só é possível com desenvolvimento tecnológico que acontece apenas mediante forte incentivo à ciência e a pesquisa. Porém, um debate fundamental se impõem e uma pergunta deve nortear nossa ação: Quem se apropriará da nova riqueza que o aumento da produtividade, trazido pelo avanço tecnológico, irá gerar? A resposta ainda não temos, mas já sabemos que a grande tarefa do movimento sindical é garantir que a classe trabalhadora fique com uma parte cada vez maior e mais significativa dela.
Juntos na luta!