Home Sem categoria Reunião sobre PCS: avanço ou enrolação?

Reunião sobre PCS: avanço ou enrolação?

A elaboração e confecção do Plano de Cargos e Salários (PCS) da Fundação Florestal foi, sem dúvida, uma grande conquista à época, uma vez que teve a participação dos trabalhadores no processo, além de ter recebido aprovação do Conselho Curador e do CODEC. A alegação (explorada e multiplicada) pelas sucessivas diretorias da Fundação Florestal de que a não entrada em vigor deste plano se deve a uma ressalva do então Governador Mario Covas, que condicionou sua aplicação à receita própria da instituição, na verdade, condenou o plano. A esta receita própria acrescentaram a palavra permanente (dizem que foi o CODEC). Quer dizer, que para aplicar o PCS, instrumento que reconhece e valoriza o trabalho de cada um e abre alguma perspectiva profissional ao trabalhador, não só necessitamos gerar receita como também comprovar tê-la de forma permanente e em níveis que cubram os valores necessários não só à sua aplicação inicial como à sua manutenção, que é anual. Mas qual empresa pública ou privada, nacional ou multinacional, numa sociedade capitalista, pode ter receita em constante evolução e de forma permanente? Não é exatamente em função das alterações dessa receita que empresas entram em concordata ou declaram falência? Não é também por causa dela e suas variações para cima ou para baixo que empresas compram outras empresas? Não é assim que funciona o tal mercado? Portanto, essa argumentação não tem a mínima consistência e soa tão absurda que, em nome da inteligência, deveria ser retirada do rol daquelas utilizadas para descrever obstáculos à aplicação do PCS. A decisão de colocá-lo ou não em vigor é política, por isso, os trabalhadores exigem que a direção da Fundação aja junto aos órgãos competentes, baseada na importância política que adquire a Fundação com o advento do SIEFLOR e a importância que a questão ambiental tem tomado no Brasil. Esse trabalho só tem sido feito graças à atividade dos trabalhadores, que, cientes da importância da preservação, o fazem munidos de profunda consciência ambiental. Mas esses mesmos trabalhadores já não suportam o descaso e a falta de horizonte profissional nem o descalabro salarial a que estão submetidos. Depois de muita insistência, o Sintaema, o CRF e alguns trabalhadores se reuniram com a diretoria executiva da Fundação para tratar exclusivamente do PCS e saber a disposição dos gestores em atuar no âmbito político-institucional para a efetiva aplicação do plano. Depois das alegações de praxe, o que se tirou de encaminhamento é a possibilidade de aplicá-lo em partes, sendo que a diretoria comprometeu-se em realizar as ações necessárias junto aos órgãos do governo. Os estudos serão apresentados no dia 2 de dezembro (pré-agenda) ocasião em que os próximos passos serão analisados, inclusive quanto à forma da aplicação proposta.