Vem ocorrendo com frequência em nossa categoria nos dias de greve uma pressão muito forte nos trabalhadores em nome da “essencialidade”. Essa pressão se faz desnecessária em cima dos trabalhadores, pois os dirigentes sindicais, delegados e ativistas têm total consciência da manutenção dos serviços essenciais para a população. Esse debate em torno da essencialidade se faz necessário por alguns motivos a serem entendidos: o que de fato é essencial quando uma categoria como a nossa entra em greve? Quem de fato é essencial? São questões que nos convidam a uma reflexão. Em uma categoria que promove saúde pública para a população de São Paulo fica claro para todos que o essencial é a manutenção do abastecimento, e não aquele atendimento ao público que os trabalhadores realizam no cotidiano. Infelizmente, algumas áreas realizam essas atividades corriqueiras em dias de greve, e isso acontece ou por falta de consciência ou porque aquele trabalhador se acha essencial para a empresa. Mas em uma greve, essencial é a luta de todos para alcançar o objetivo comum, que é fechar um bom acordo. Só na luta é que vamos avançar e defender o que construímos na nossa rica história de luta. Sobre quem é essencial, este sim é um tema profundo a ser discutido. Em resumo: todos são essenciais para o sindicato, principalmente na greve. Não há atividade mais ou menos importante que a outra, desde o companheiro que trata a água até aquele que cuida da limpeza, todos têm um papel importante a desenvolver na luta e na empresa. É preciso que os trabalhadores não vistam a máscara do individualismo e não achem que são mais essenciais que outros, pois, esse pensamento é fruto da ideologia capitalista que a tudo quer diferenciar e rebaixar, produtos e pessoas, transferindo a culpa do fracasso e da falta de oportunidade para o indivíduo, e não para o sistema. Esse momento em que estamos vivenciando é uma das maiores crises do capital, por isso os trabalhadores precisam estar atentos a esse debate e discutir de fato o que é essencial para a classe trabalhadora ter melhores condições de trabalho e de vida.
