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Nova Cetesb à beira de um colapso

Passado pouco mais de um mês da data em que entrou em vigor a Lei que, além de mudar sua denominação dá novas atribuições à Cetesb, o que se vê é um verdadeiro caos, como já prevíamos, isto porque o passivo herdado do antigo DEPRN é imenso, uma vez que este órgão já trabalhava em condições precárias com um quadro de trabalhadores muito aquém do necessário, e o da Cetesb não fica muito atrás. O dimensionamento de recursos humanos das novas agências é insuficiente na maioria dos casos, não existe diretriz por parte da direção da empresa sobre o que é prioritário ou não, as prioridades são definidas de acordo com quem grita mais, isto é, se há uma reclamação ou na ouvidoria ou diretamente a alguém da direção, esta é atendida imediatamente passando na frente da fila. Consequentemente não existe o menor rigor técnico para o atendimento, embora exista um grande esforço por parte dos trabalhadores para elencar as prioridades, além disso, tanto os técnicos da Cetesb como os do DEPRN reclamam que não estão tendo tempo para fazer seu trabalho de forma eficiente, e que muitas vezes perdem tempo carimbando processos, em vez de fazerem as vistorias e fiscalizações necessárias, isto por falta total de discussão sobre uma política pública para a questão ambiental no estado de São Paulo. A população, também como era de se esperar, já começou a reclamar, e pelo que se sabe o número de reclamações na ouvidoria está crescendo substancialmente. Além de tudo isso, a falta de estrutura física também dificulta o trabalho, uma vez que em muitas agências faltam aparelhos de ar condicionado, o que, dependendo da região, inviabiliza o trabalho, outras têm problema de luminosidade, outras faltam aparelhos de celular, e assim por diante. Isso porque só estamos falando das agências ambientais. Se fizermos um levantamento nas outras áreas da empresa encontraremos a mesma situação. Não dá para entender o motivo pelo qual essa reestruturação foi feita a toque de caixa, por que agora que a Nova Cetesb já é um fato consumado a direção da empresa não se reúne com os trabalhadores e apresenta definitivamente como estes vão ter que trabalhar daqui em diante, quais serão as prioridades, quem vai poder fazer o quê, e outros pontos. A impressão que se tem é que a diretoria não tem resposta para nenhuma dessas dúvidas, o que, se for verdade é uma completa irresponsabilidade tanto com relação ao público interno e externo como ao meio ambiente, que com certeza irá sofrer as conseqüências dessa falta de rumo. Por tudo isso, o Sintaema irá atrás de ajuda externa, isto é, vamos ao Ministério Público do Meio Ambiente e do Trabalho para que estes intervenham a nosso favor e do Meio Ambiente, além da sociedade civil organizada que já vem demonstrado sua preocupação em diversas ocasiões, e aqueles parlamentares que sabemos que têm compromisso tanto com a população quanto com a qualidade ambiental do estado. Apesar de o governo do Estado de São Paulo e seus representantes insistirem em desestruturar o Sistema de Meio Ambiente, resistiremos e lutaremos de todas as formas para não permitir que isso aconteça.