A decisão do Governo Brasileiro no último dia 28 de março de não renovar o acordo com o Fundo Monetário Nacional – FMI rompeu uma tutela de sete anos que o Fundo exercia sobre a economia e as finanças do país. Esta decisão, em certa medida, põe termo no processo de desenvolvimento do modelo econômico de caráter neoliberal em seu estágio atual. Cabe recordar que nos períodos dos governos de Collor e principalmente, de FHC, o objeto de cobiça dos neoliberais num primeiro momento foi a privatização das empresas estatais e a retirada de direitos sociais. Não se contentando com isso, a ave rapina segue sua lógica buscando livrar-se de qualquer tipo de controle. Não é à toa que vem proferindo a necessidade de o Governo aprovar a independência do Banco Central, a continuidade da submissão ao Fundo, a privatização do Banco do Brasil, Petrobrás, ou seja, não querem apenas a utilização das instituições e do sistema financeiro nacional subordinado a seus interesses, mas também sua apropriação. Nesta batalha da renovação ou não, venceu o campo que luta pelas mudanças da política macro econômica prevalecente no atual governo. Com isso, o FMI se foi, mas ficou seu receituário, visto que o Ministro da Fazenda, Palloci, afirmou que a política de austeridade fiscal e de meta inflacionária continuarão. Verifica-se, portanto, que essa importante vitória das forças progressistas podem ter um caráter pontual e limitado se outros passos nos rumos das mudanças não forem dados. Cabe destacar que, ao não renovar o acordo, ninguém pode se esquivar das mudanças alegando imposição do Fundo. Neste sentido se faz necessária a intensificação da pressão dos trabalhadores e da sociedade para que o governo institua um novo modelo macro econômico que tenha como base o desenvolvimento produtivo, valorização do trabalho, distribuição de renda e a soberania nacional pavimentando o caminho para que o Brasil efetivamente possa caminhar com suas próprias pernas.