O 5º Congresso do Sintaema ocorre num momento especial da luta dos trabalhadores no mundo e no Brasil – marcado por perigosas ameaças às suas justas aspirações, mas também preenche de possibilidades de novos avanços. Mais do que nunca, a realidade atual confirma que é preciso intensificar as lutas dos trabalhadores, reforçar as suas organizações de classes e unir esforços de todos os setores explorados por seus objetivos imediatos e futuros. Caso contrário, direitos históricos serão suprimidos e a humanidade viverá uma brutal regressão civilizatória. Luta da nossa classe ou barbárie – este é o dilema da atualidade. No cenário internacional, que afeta profundamente o Brasil, essa situação contraditória é evidente. Por um lado, o “sanguinário” George W. Bush é reeleito nos EUA e festeja sua vitória chacinando milhares de pessoas inocentes no Iraque e esbanjando arrogância contra o mundo. Ele já anunciou que agora sua prioridade é a América Latina, com instalação de novas bases militares e a imposição da Alca – um tratado neocolonial de anexação da região. Por outro lado, cresce a resistência dos povos contra o saque imperialista e a gula do capital. A própria ira contra nosso continente decorre do avanço da luta dos trabalhadores no Uruguai, Venezuela, Bolívia, Equador, Brasil – expressa em inúmeras rebeliões populares e também nas urnas. No caso do Brasil, o contexto também é complexo. Por um lado, o povo brasileiro conquistou uma vitória de dimensão histórica e mundial ao eleger um presidente oriundo de suas lutas. O governo Lula expressa as demandas do sindicalismo, dos sem-terra, dos movimentos comunitários e juvenis. Ele tem no seu interior pessoas comprometidas com a construção de um país mais soberano, democrático e justo. Por outro lado, as elites neoliberais derrotadas nas urnas mantêm ileso seu poder econômico e midiático e investem para enquadrar o novo governo, evitando qualquer ruptura com o passado de exploração e miséria. Para isso, elas contam com fortes aliados no próprio governo, que rezam pela cartilha neoliberal e querem impor novas contra-reformas regressivas, como a sindical e trabalhista já em curso. Diante desse cenário contraditório, o 5º Congresso do Sintaema deve ser taxativo: o momento exige mais luta, mais organização e mais unidade dos movimentos sociais. Qualquer passividade ou postura acrítica seria desastrosa para os explorados. Sem cair no jogo dos inimigos, que desejam dar uma revanche contra o campo popular – como indica o resultado dos pleitos municipais –, os trabalhadores precisam participar ativamente da luta contra a ofensiva “imperialista”, reforçando sua solidariedade internacionalista, e pressionar o governo Lula por efetivas mudanças nos rumos do Brasil, contra as reformas de viés neoliberal e contra o parasitismo da oligarquia financeira. No estado de São Paulo devemos intensificar a luta contra a política neoliberal do governo Alckmin, principalmente no que se refere ao desmonte e sucateamento do setor de Meio Ambiente e a privatização da SABESP através da venda das ações e terceirizações. Estes são os principais desafios da atualidade! Helifax Pinto de Souza, Presidente do Sintaema