As recentes vitórias de candidatos de esquerda na Bolívia e no Chile demonstraram a resposta dos povos latino-americanos contra a política econômica neoliberal imposta aos países em desenvolvimento, causando miséria e opressão. Em janeiro a América Latina foi marcada por duas importantes vitórias do campo progressista. O Chile elegeu com a maioria absoluta a candidata da coalizão de centro-esquerda Concertácion Michelle Bachelet, primeira mulher a assumir a presidência naquele país, vencendo o milionário candidato conservador de direita, Sebástian Pinera. A nova presidente do Chile foi uma das vítimas de tortura do general Pinochet, na época da ditadura militar. Na Bolívia, Evo Morales tornou-se o primeiro presidente indígena daquele país. Sindicalista e agricultor, Morales, que teve pleno apoio dos movimentos sociais, principalmente dos indígenas, prometeu em seu discurso de posse no último dia 22 “mudar a história da Bolívia”, lutando contra o neoliberalismo, a privatização e saindo em defesa da nacionalização dos recursos naturais e implantação de políticas públicas inclusivas.