Este é o resultado publicado ontem (6) pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua 2019.
Segundo matéria da Agência Brasil, esses números equivalem a mais de 6 milhões de lares que têm acesso à rede de distribuição e que pelo menos uma vez por semana ficam sem água.
Os dados sobre a interrupção no abastecimento mostram que, conforme a análise da pesquisa, em aproximadamente 5% desses lares o abastecimento é interrompido de um a três dias na semana, e que em outros 5% a situação é ainda pior: de quatro a seis dias sem água.
A pesquisa do IBGE mostra ainda que em 85,5% das unidades o principal modo de abastecimento é pela rede geral de distribuição, e que enquanto a região Nordeste tem a menor cobertura diária (69%), a região Sul tem maior (97%) e a região Centro-Oeste é a que mais avançou no abastecimento de água, passando de 87,1% para 94,9%, dados estes comparados ao ano de 2018.
Este resultado mostra que a região Centro-Oeste voltou a ter o nível de abastecimento que tinha antes da estiagem, em 2016.
A população que não tem como principal fonte de abastecimento de água a rede geral de distribuição utiliza água de poços, cacimbas, fontes ou nascentes, água da chuva armazenada em cisternas, tanques, água de rio, açudes ou caminhão-pipa, conforme a região do país.
Continuar a luta contra a privatização
Os dados levantados pela pesquisa mostram que o Brasil ainda carece de investimentos de infraestrutura que melhorem o acesso à água e ao esgotamento sanitário para todos.
Levando-se em conta que água é vida e saneamento é saúde, ainda há muito que se avançar nesse setor. Primeiramente é preciso barrar o projeto privatista em curso no Senado por meio do PL 4162/19, que altera o marco legal e abre as portas à iniciativa privada.
Muitas cidades mundo afora que privatizaram o setor de água e esgoto voltaram atrás porque a experiência foi péssima: contas altas, serviços mal feitos, promessas não cumpridas e problemas no abastecimento.
O saneamento impacta diretamente no bem estar da população, a cada 1 real gasto em saneamento economiza-se 4 em saúde, portanto ele não pode ser visto pela ótica do lucro, e sim pelo viés social, por isso o abastecimento de água e o esgotamento sanitário devem continuar sendo geridos pelo poder público.
Esta luta é antiga, e o Sintaema sempre esteve envolvido na defesa da Sabesp como empresa estatal, e mais que isso, o sindicato sempre cobrou mais investimentos da Companhia para se alcançar a universalização do saneamento.
Uma empresa como a Sabesp, considerada a maior da América Latina e a 5ª maior do mundo, que tem ações na Bolsa de Nova Iorque e gera lucros aos seus acionistas precisa investir mais em projetos e obras que ampliem o acesso dos serviços à população e valorizar cada vez mais os seus trabalhadores.
Água para todos! Universalização, sim, privatização, não!