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Trabalhadores (as) da Sabesp, Metrô e CPTM realizam greve dia 3 contra privatizações

Denunciar a privatização do saneamento e dos transportes públicos em São Paulo é a motivação da greve prevista para o dia 3 de outubro liderada por trabalhadores (as) do saneamento, metroviários (as) e ferroviários (as).

O projeto do governador Tarcísio de Freitas de privatizar esses serviços segue acelerado ignorando a opinião da população, dos trabalhadores (as) e deixando muitas dúvidas sobre as consequências da privatização da Sabesp e do avanço do setor privado sobre a gestão do metrô e dos trens.

No caso do saneamento, políticas como o subsídio cruzado, a tarifa social e a tarifa de vulnerabilidade – que caracterizam o papel social da companhia – também podem ser extintas com a privatização.

Sabesp é referência

A Sabesp é referência no Brasil e no mundo na prestação de serviços em saneamento e esgotamento sanitário. Atende em São Paulo 30 milhões de pessoas através das suas operações que chegam a 375 municípios do Estado.

Um dos principais municípios que tem contrato com a Sabesp é a cidade de São Paulo. Na avaliação do Fórum de entidades da empresa, a insegurança trazida pela privatização pode fazer a capital paulista perder mais de R$ 10 bilhões de repasse da Sabesp ao fundo municipal até o final do contrato com a companhia.

Também está sob ameaça um volume de investimentos de mais de R$ 18 bilhões para a cidade até o final do contrato em 2040. As cidades perdem e a população paga a conta.

Se privatizar a tarifa vai aumentar

Levantamento realizado pelo Sintaema apontou que a tarifa social de cidades privatizadas como Rio de Janeiro e Manaus é mais cara que a de São Paulo. Em Manaus, os usuários pagam na tarifa social 250% a mais do que em São Paulo, enquanto no RJ a tarifa é 20% mais cara.

No dia 3 de outubro, os trabalhadores (as) do saneamento estarão reunidos no complexo da Sabesp, na Ponte Pequena, no centro de São Paulo. A previsão é que haja greve em todos os municípios em que a Sabesp opera.

Via “calamidade”

O prejuízo provocado pela privatização pode ser sentido diariamente pelos usuários das linhas 8 e 9 de trem, privatizadas e atualmente sob a operação da Via Mobilidade.  A concessionária – que arrematou a concessão por 30 anos – foi alvo de vistoria do Ministério Público de São Paulo no início deste ano.

O órgão pediu o rompimento do contrato entre o estado e a Via Mobilidade devido à incidência recorde de panes, falhas e recorde de descarrilamentos. Em um ano, completados em 2023, a Via Mobilidade acumulou 166 falhas, o que dá em média uma falha a cada três dias.  Em 2019, quando as linhas ainda estavam sob a administração da CPTM, foram um total de 121 falhas.

O metrô, assim como a Sabesp e a CPTM, também tem sofrido esse sucateamento na operação e na precarização dos trabalhadores (as). A terceirização em áreas chaves do metrô se aprofundou, mas nada que se compare ao que o governador defende atualmente.

As linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, do Metrô, e 15-Prata, da CPTM são alvos da privatização dos transportes sobre trilhos. Experiências de privatização no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte tornaram em pouco tempo a tarifa do RJ (R$ 7,40) como a mais cara do Brasil e a de Belo Horizonte (R$ 5,30) com destaque no topo desse ranking.

Direito à greve

 Na greve de 3 de outubro, alguns desses argumentos estarão sendo compartilhados com a população. Trabalhadores (as) do saneamento e dos transportes iniciaram em 2 de setembro um plebiscito popular que foi prorrogado para 5 de novembro. O corpo a corpo com a população vem crescendo em sedes de movimentos sociais, sindicais, Alesp, câmaras municipais espalhadas pelo estado, entre outras entidades, coletivos e movimentos políticos.

SERVIÇO

Greve unificada contra a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM

3 de outubro

Ato dos trabalhadores do saneamento

Local: Sabesp da Ponte Pequena (Avenida Santos Dumont, 555)

Hora: às 15h