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Sintaema debate direitos e meio ambiente em balanço crítico sobre COP 30 e luta pro futuro

O Sintaema realizou um balanço estratégico sobre os rumos da agenda socioambiental do país, colocando no centro do debate seu compromisso histórico com a defesa dos direitos da categoria, da água como bem público e do meio ambiente como patrimônio do povo.

A atividade ocorreu em preparação às discussões rumo à COP 30, momento em que o sindicato e o conjunto da classe trabalhadora precisam fazer valer suas pautas diante da emergência climática e dos desafios da transição justa.

COP 30: disputas políticas e o desafio da democracia climática

A reflexão inicial do encontro abordou o papel da COP 30 e seus limites como espaço de formulação. Embora seja um fórum internacional essencial, a convidada do debate — Renata Belzunces, economista e socióloga, técnica do Dieese — ressaltou que os espaços decisórios continuam pouco permeáveis às pautas da sociedade civil, especialmente ao movimento sindical.

Renata Belzunces, economista e socióloga, técnica do Dieese.

Para Renata, o fato de debates populares não alcançarem o chamado “Salão Azul” escancara um desafio democrático: como garantir que as decisões globais levem em conta quem mais sofre os impactos da crise climática — a classe trabalhadora?

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Ela ressaltou que a COP não é, em si, espaço de solução, mas de denúncia, pressão Política e disputa por caminhos de futuro, reafirmando a centralidade da atuação sindical para que a transição justa não seja capturada por interesses privados. “Debater clima é debater o modelo de desenvolvimento. Sem Estado forte e financiamento adequado, não há adaptação possível”, afirmou ela

Essa crítica dialoga diretamente com a Pauta da Classe Trabalhadora para a COP 30, que defende investimento público, soberania, trabalho decente e combate às desigualdades como pilares essenciais da transição justa.

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Sintaema denuncia a crise hídrica e o desmonte do Estado

A direção do Sintaema enfatizou que a crise hídrica em São Paulo — frequentemente atribuída apenas às mudanças climáticas — é, na verdade, consequência também do desmonte da política pública, da privatização do saneamento e do abandono da gestão responsável dos recursos hídricos.

O sindicato reafirmou: sem serviço público forte e sem investimento contínuo, não existe segurança hídrica.

Nesse sentido, a luta do Sintaema é pela defesa do trabalho, da água como direito universal e da preservação ambiental.

Fundação Florestal e CETESB: órgãos que precisam ser fortalecidos, não atacados

Outro ponto central da discussão foi o papel da Fundação Florestal e da CETESB. A direção alertou que o enfraquecimento dessas instituições — responsáveis por fiscalização, licenciamento, regulação e preservação — abre portas para retrocessos ambientais e compromete toda a política de mitigação e adaptação climática.

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Fortalecer esses órgãos é fortalecer a defesa do meio ambiente e da saúde da população.

Terras raras e soberania: qual projeto de desenvolvimento queremos?

Por fim, Renata trouxe o debate sobre terras raras, recurso crítico para tecnologias de ponta. Hoje, a China é líder absoluta nesse setor, o que acende um alerta sobre a necessidade de o Brasil decidir sob qual projeto de desenvolvimento pretende explorar seus recursos naturais.

A reflexão recoloca no centro a disputa entre:

    • um modelo predatório, voltado ao mercado financeiro, ou
    • um projeto soberano, sustentável e comprometido com a vida, o trabalho e o povo.

Classe trabalhadora no centro da transição

Ao encerrar o encontro, a direção do Sintaema reforçou que não existe transição justa sem as trabalhadoras e trabalhadores que fazem o saneamento, o meio ambiente e os serviços públicos acontecerem diariamente.

Sintaema, juntos na luta!