O mercado financeiro e setores da imprensa frequentemente atacam as empresas estatais, utilizando o argumento de “prejuízo” para justificar pressões por privatização e cortes de investimentos. No entanto, a realidade é que muitas dessas empresas cumprem um papel essencial no desenvolvimento social e econômico do Brasil. O Sintaema reforça que serviço público não é mercadoria e que as estatais existem para garantir direitos à população, e não para gerar lucro imediato.
Investir no presente para garantir o futuro
Em 2023, as estatais brasileiras registraram um resultado contábil negativo de R$ 6,7 bilhões. Para o mercado, esse número é interpretado como fracasso. O que não se menciona é que esse déficit se deve, em grande parte, a investimentos estratégicos, fundamentais para garantir infraestrutura, pesquisa e inovação. Somente no último ano, os investimentos das estatais cresceram 12,5%, alcançando R$ 5,3 bilhões.
Diferentemente das empresas privadas, que buscam maximizar lucros para acionistas, estatais como a Embrapa, Petrobras e Correios cumprem funções estratégicas, garantindo acesso a serviços essenciais e promovendo o desenvolvimento nacional. Empresas que prestam serviços públicos, como saneamento e energia, devem priorizar a qualidade e a acessibilidade à população, e não apenas balanços financeiros positivos.
Privatização: a farsa do lucro à custa da população
Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) ressalta que de 2017 a 2022,Os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro privilegiaram a agenda privatista, levando estatais a operar no lucro às custas da qualidade do serviço prestado. Congelamento de salários, redução de quadros e falta de investimento foram estratégias utilizadas para preparar empresas para a venda, em detrimento dos trabalhadores e da população usuária dos serviços. O resultado foi a precarização de setores essenciais, como os Correios, que perderam capacidade operativa por falta de investimento e diálogo com seus trabalhadores.
O papel do Estado na garantia de direitos
No governo Lula, reforça o Dieese, retoma-se a compreensão de que estatais não são apenas fontes de lucro, mas instrumentos de desenvolvimento e bem-estar social. É o caso dos Correios, que, após anos de sucateamento, voltam a discutir melhores condições de trabalho para seus funcionários e a expandir sua atuação.
O Sintaema reitera que o Estado tem o dever de garantir serviços essenciais à população, e as estatais são ferramentas fundamentais para isso. A luta em defesa dos serviços públicos é também a luta contra a desigualdade e pela soberania nacional. Defender as estatais é defender o direito de toda a população a serviços públicos de qualidade.
Com informações do Dieese