A maior seca da história do Brasil afeta 1.400 cidades em nível extremo ou severo. Esse período de estiagem chegou mais cedo, como um exemplo de mudança climática, que é causada por um conjunto de fatores, começando pelo aquecimento global.
O mundo registrou, em 2024, o mês de agosto mais quente da história. E, dos últimos 14 meses, 13 registraram temperatura média 1,5 ºC mais quente do que o período antes da era industrial.
De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) o país atingiu a temperatura mais alta que o planeta já enfrentou desde o último período interglacial, 120 mil anos atrás. E isso faz todos os eventos extremos explodirem. As ondas de calor, as secas, as chuvas superintensivas e, até mesmo globalmente, recordes de incêndios florestais.
O Cemaden também destaca que o clima mais seco contribui para o avanço do fogo, que ameaça regiões como o Pantanal, vitrine da biodiversidade brasileira. A cientista Luciana Gatti explica que os rios que abastecem o Pantanal surgem no Cerrado, que está mais de 60% desmatado.
Crime ambiental
A Polícia Federal já sabe que, com raras exceções, os incêndios começaram com ação humana. “Pela concomitância de momentos e locais, nós também temos indícios de que foi por dolo. E estamos investigando se, por ações coordenadas, para nós chegarmos tanto à motivação como aos autores desses incêndios criminosos”, diz nota da PF.
O governo quer endurecer as punições para quem provoca incêndio criminoso, com o aumento da pena – hoje, de dois a sete anos de prisão –, o confisco das propriedades, como acontece com trabalho análogo à escravidão, e vedar o acesso ao crédito.
Com informações do G1