Milhares de companheiros e companheiras da Sabesp se reuniram na manhã de hoje, 11, em um grande ato nacional contra o PL 3261/19 que prevê o desmonte do saneamento público e escancara as portas à iniciativa privada. O ato foi realizado no Club Homs, na Avenida Paulista.
O ato, que ocorreu simultaneamente em nível nacional, foi promovido pelo Sintaema, Abes, Aesbe, Aesabesp, APU, Assemae, FNU, Sintius, ONDAS em São Paulo e contou com a presença do Prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, do deputado federal Orlando Silva (PCdoB) e representantes de demais entidades representativas.
Durante o evento foram expostas as principais mazelas da MP do desmonte: fere a titularidade municipal, autoriza o Estado a vender o que não é dele, extingue o contrato de programa.
“Esse projeto tem uma disputa do orçamento, e quem vence essa disputa são os banqueiros, não os projetos sociais”, disse o presidente do Sintaema, José Faggian.
Faggian expôs o contexto em que se dá esta tentativa de desmonte do setor, no qual todas as riquezas do país estão sendo entregues, as reformas minando os direitos dos trabalhadores e aposentados, ou seja, tudo isso faz parte de um projeto neoliberal com estado mínimo.
“Às vezes a gente vive numa bolha e acha que não vai ser atingido. A Sabesp está na lista das privatizações. O Brasil está à venda”, finalizou.
Demais representantes do ato expuseram todas as mazelas que estão acontecendo na política brasileira, onde estamos em um contexto em que o atual governo bate continência para a bandeira norte-americana, e lembraram as recentes vitórias que os trabalhadores do saneamento tiveram contra os projetos 848 e 868/18 graças à mobilização e luta.
Também foi ressaltada a importância da Sabesp no estado de São Paulo, uma empresa eficiente, lucrativa e com excelente quadro de trabalhadores.
Na linha de frente contra a privatização do setor em Brasília, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) falou da fundamental contribuição das entidades ao desmistificarem as questões alegadas para privatizar a água, e que isso contribui muito para a narrativa dos parlamentares contrários à entrega do saneamento.
“É evidente que existe o déficit no saneamento, mas sabemos que não é entregando o setor e sim investindo nas estruturas e serviços públicos que alcançaremos a universalização”, disse o deputado. “A guerra não acabou, vamos até o fim, se se preciso for, partiremos para a judicialização”, finalizou.
Muitos prefeitos são contrários a MP 3261/19, e o prefeito Gabriel Maranhão foi contundente:
“Saneamento não pode ser tratado na bolsa de valores, saneamento é saúde, deve ser para a população, principalmente a mais carente. Vejo o investimento que a Sabesp fez na região e levarei isso para outros prefeitos, vocês não estão sozinhos nesta luta”, frisou o prefeito.
“A luta continua, vamos até Brasília intensificar o combate ao desmonte do setor de saneamento público”, finalizou Faggian.
Ao final do grandioso ato foi lido e assinado o manifesto das entidades expondo a contrariedade à MP 3261/19.
Todos juntos na luta contra a privatização do saneamento!