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Sanha privatista contra a Sabesp | Tarcísio quer assinar contrato na semana que vem

Em evento do Bradesco BBI, nesta quarta (5), o governador Tarcísio de Freitas afirmou que deve assinar na semana que vem o contrato com a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial, para estruturar o projeto de  privatização da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp).

Durante sua fala, o governador afirmou que o modelo de privatização será um misto do aplicado na Eletrobrás e da cessão onerosa da Petrobras, realizadas quando ele estava à frente do Ministério da Infraestrutura, no governo Jair Bolsonaro.

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“A sanha privatista de Tarcísio de Freitas viola nosso patrimônio e desconsidera a falência que são as privatizações do setor elétrico e o desmonte da Petrobras. É mentira que a privatização da Eletrobras baixou a energia, em novembro o resultado foi de mais de 80% da população racionando energia porque não conseguia pagar suas contas, os dados são da pesquisa Datafolha”, disparou a direção do Sintaema sobre as declarações do governador.

Para o Sindicato, “já está comprovado que não é a privatização do saneamento que vai enfrentar os desafios da universalização do acesso ao serviço. Isso porque as áreas que mais sofrem com a falta de saneamento básico são as periferias, as áreas rurais e as comunidades. E são justamente nessas áreas que o setor privado não tem interesse em investir seus lucros. Somente o Estado é capaz de garantir esse direito”.

Tarcísio de Freitas vai na contramão do mundo. Diversas cidades que privatizaram os serviços de água, esgoto e energia voltaram atrás após amargar com a privatização. Conforme dados divulgados pelo Instituto Transnacional (TNI), as quebras ou não renovações dos contratos de serviços de água, esgoto e energia ocorreram após os países constataram o aumento abusivo das tarifas de água e o fator de que promessas de universalização não foram cumpridas. Também foi motivo para a reestatização o avanço de problemas com transparência, corrupção e dificuldade de monitoramento do serviço pelo setor público.

A entidade elenca que nas duas primeiras décadas deste século foram ao menos 835 remunicipalizações (quando os serviços são originalmente da prefeitura) e 49 nacionalizações (ligadas ao governo central), em um total de 884 processos, movidos geralmente por reclamações de preços altos e serviços ruins em serviços como água, esgoto, energia elétrica, coleta de lixo, transporte, educação, saúde e serviços sociais, somando um total de sete áreas diferentes. Os dados ainda mostram que, após 2009, houve uma tendência acelerada de reestatização de mais de 80%.

O Sintaema segue em luta em defesa da Sabesp e firme na denúncia do real objetivo de Tarcísio de Freitas: garantir lucros ainda maiores para a iniciativa privada, mesmo que isso custe o direito universal de acesso à água do paulistano.

Diga não à privatização! Água é vida!