Home Destaque Privatizada, “nova” Sabesp vira ameaça à vida em São Paulo

Privatizada, “nova” Sabesp vira ameaça à vida em São Paulo

Mais um desastre anunciado: a Sabesp é multada em R$ 22,7 milhões por jogar esgoto no rio Pinheiros. O crime ambiental foi causado por pura falta de manutenção em equipamentos vencidos.

A multa aplicada pela Arsesp e pela CETESB é justa, mas não basta punir a empresa: é preciso denunciar o projeto que está por trás dessa tragédia. O caso do rio Pinheiros não é exceção. É sintoma do que nos espera: menos serviço, mais tarifa, mais desastre.

E antes que a Sabesp privada diga é foi herança, lembramos: A tônica de todos os governos, inclusive de Tarcísio de Freitas, sempre foi o do desmonte da empresa. “Há anos que o Sintaema denuncia essa realidade. A gestão Tarcísio de Freitas tinha conhecimento e a gestão privada da Sabesp também”, frisa a direção do Sintaema.

É isso só vai piorar, visto que quando o serviço público vira mercadoria, para garantir o lucro dos acionistas: corta investimento, corta planejamento e sobra descaso com a população.

A própria empresa reconheceu que as bombas da estação elevatória Pinheiros, responsáveis por bombear o esgoto para tratamento, estão fora da vida útil — e, mesmo assim, continuaram operando de forma precária, até colapsarem.

E qual a desculpa da Sabesp? Faltou dinheiro para manutenção porque o foco era outro: o lucro mais rápido. A Sabesp privada e do time que pensa: saneamento básico não dá manchete e exige investimento de longo prazo, pode virar um problema secundário. Resultado: esgoto na cidade, risco à saúde pública, danos ambientais e um alerta gravíssimo sobre o futuro.

Enquanto a empresa enche a mídia de promessas e vídeos caros, a população paga a conta da negligência. Esse é o modelo defendido pelo governador Tarcísio de Freitas, que entregou a Sabesp à iniciativa privada em 2024. Uma decisão irresponsável, feita na contramão da história e da soberania popular.

A água e o esgoto não são mercadoria. Saneamento é direito, não oportunidade de negócio.

Reestatizar é preciso. A luta continua.