Na noite da última sexta (5), a direção da CETESB com a anuência do governo do estado de São Paulo recorreu da sentença que tinha sido favorável os trabalhadores e as trabalhadoras com relação ao pagamento dos retroativos dos reajustes de 2020 e 2021.
“Com esse governo são dois pesos, duas medidas. Com uma mão, ele se nega a pagar os retroativos para a categoria, e com a outra a mão, garante o pagamento de bônus elevadíssimos aos diretores da empresa”, denuncia a direção do Sintaema, ao lembrar que, a cerca de duas semanas, os trabalhadores e as trabalhadoras da CETESB foram surpreendidos quando tomaram conhecimento através do Portal da Transparência, dos valores altíssimos percebidos pela maioria dos diretores da empresa, valores brutos em torno de R$ 130 mil.
Depois que esses valores vieram a público várias versões circularam na categoria, alguns diziam que foi um erro do Portal, outros que era um acúmulo de dividendos de vários anos, outros que era distribuição de dividendos (uma espécie de PPR), entre outras.
“Esses altos valores percebidos por poucos causaram indignação em toda categoria, uma vez que estamos tendo que brigar na Justiça para receber nossos atrasados referentes aos Dissídios de 2020 e 2021 e a CETESB junto ao governo do Estado de São Paulo, que recorreu da última decisão por não considerar justo os recebimentos desses valores, apesar de termos ganho em duas instâncias”, afirmou a direção do Sindicato.
Outra indignação é com relação ao pagamento da PPR, pois faz mais de 3 anos que nos foi tirado o direito de recebimento dessa participação, segundo a empresa, por falta de dinheiro para fazer essa distribuição, mas para distribuir mais de R$ 130 mil para os diretores não faltou dinheiro.
Com relação ao Plano de Carreira, a direção do Sintaema destaca “a insatisfação é ainda maior, pois estávamos desde 2013 sem a aplicação do mesmo e nesse ano de 2022 mesmo tendo sido aplicado nem todos foram contemplados, pois cerca de 30% da categoria que tinha direito ficou de fora, e ainda aqueles que foram contemplados não receberam o retroativo ao mês outubro de 2021. Outra ação que teremos que mover contra a CETESB, sendo que a explicação da direção também nesse caso é a falta de dinheiro”.
O Sintaema considera que é imprescindível que os diretores e o governo do Estado de São Paulo se manifestem e expliquem o porquê do recebimento desses valores tão altos, para uma empresa que segundo informações dela própria é dependente do governo. Essa manifestação é uma forma de satisfação que deve ser dada tanto aos trabalhadores e trabalhadoras da CETESB como para a população paulista em geral, que paga seus impostos e tem vivido tempos muito difíceis.
O Sindicato ainda lamenta a decisão da CETESB em entrar com recurso contra a decisão da Justiça que decidiu em favor dos trabalhadores e trabalhadoras da CETESB pelo pagamento dos direitos retroativos assegurados nos dissídios coletivos de 2020 e 2021. Mas, a luta continua até que a categoria tenha todos os seus direitos atendidos.