Graças ao empenho e à unidade do movimento sindical, a Greve Geral prevista para sexta-feira (14/6) deve se tornar a maior paralisação na história do Brasil – e o mais contundente repúdio à reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PSL). A plenária dos trabalhadores do transporte coletivo, realizada nesta segunda-feira (10), no Sindicato dos Condutores de São Paulo (SindMotoristas), foi mais uma demonstração de que a mobilização para o 14J continua a crescer.
Por Rene Vicente*
Na ocasião, os sindicalistas confirmaram que os principais modais de transporte público em São Paulo (SP) – como o Metrô, a CPTM e ônibus – não funcionarão por 24 horas no dia da Greve Geral. A adesão vai além de capital paulista, incluindo trabalhadores do transporte na região metropolitana e no interior.
Trata-se, provavelmente, do setor mais estratégico para o êxito do 14 de Junho. Só o Metrô de São Paulo, por exemplo, transporta cerca 5,2 milhões de pessoas por dia útil, ao longo de suas seis linhas e 85 estações, num total de 96 quilômetros de extensão.
A exemplo das demais categorias, os metroviários aprovaram a paralisação por unanimidade, em assembleia na quinta-feira passada (6). Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo, o Metrô não terá condições de pôr o sistema em operação.
Em São Paulo, os sindicatos filiados à CTB também aderiram à Greve Geral. É o caso do Sintaema, que tem base estadual e representa os trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente. Desde o início do mês, o Sindicato tem feito assembleias regionais e mobilizado a categoria. Entre os trabalhadores da Sabesp, à defesa da aposentadoria e da Previdência Social, soma-se a luta contra a privatização do saneamento.
Em situação semelhante estão os trabalhadores dos Correios, também em luta contra a reforma e contra o risco de privatização de seus serviços. Sob a liderança do Sintect-SP, a categoria ecetista fará assembleia na quinta-feira (13), no CMTC Clube.
A Greve Geral conta ainda com o importante apoio dos estudantes brasileiros, que já promoveram duas grandes manifestações (em 15 e 30 de maio) contra os cortes na Educação. Ao atrelar a defesa do ensino público à necessária preservação da aposentadoria, os estudantes simbolizam a rejeição do povo brasileiro à reforma da Previdência e aos demais retrocessos do governo Bolsonaro.
* Rene Vicente é diretor de Imprensa e Comunicação do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) e presidente da CTB-SP (seção paulista da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)