Nos últimos meses, o que já era uma preocupação vem se confirmando na prática: a privatização da Sabesp não apenas transforma um direito básico — o acesso à água e ao saneamento — em mercadoria, como também tem agravado as condições de trabalho de quem sempre sustentou a empresa com dedicação e compromisso.
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Os relatos que chegam ao Sintema são cada vez mais graves. Trabalhadores e trabalhadoras estão sendo convocados para exames periódicos fora do horário de expediente e até em outros municípios, em completo desrespeito à rotina e à dignidade de quem presta serviço essencial à população. Há casos absurdos: equipes inteiras chamadas no mesmo dia e horário, incluindo pessoas afastadas, de férias ou até que já realizaram o exame recentemente.
A desorganização parece intencional. O que antes era administrado com planejamento, agora é tratado com descaso e improviso, revelando um RH que, em vez de oferecer suporte, tem se tornado um dos focos de transtornos e insatisfação.
E não para por aí. Agora também é proibida a entrada de aposentados e ex-funcionários nas unidades, mesmo quando precisam apenas acessar documentos e direitos que ainda lhes cabem.
Esse cenário escancara uma lógica nefasta: com a privatização, o que antes era um patrimônio público com função social clara, agora é gerido como negócio — e negócio lucrativo para poucos.
O Sintaema irá acionais os canais cabíveis e cobrar o fim desses abusos e segue junto com a categoria para denunciar, resistir e organizar a luta.
Água não é mercadoria. Direito não se vende. E trabalhador não é descartável.