Além de querer privatizar a terceira maior empresa de saneamento do mundo, a Sabesp, o governador Tarcísio de Freitas agora aponta a sua mira para a Fundação Padre Anchieta (FPA) e a Fundação para o Remédio Popular (FURP). Durante um jantar com cerca de 40 deputados estaduais no Palácio dos Bandeirantes, na última segunda (1), o governador anunciou à base de parlamentares a intenção de privatizar as fundações.
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A informação foi divulgada pela revista Veja nesta quinta (4).
Tarcísio contra a cultura
O objetivo de mudar a estrutura da emissora é contingenciar os recursos destinados à Fundação Padre Anchieta (FPA), mantenedora da rede de televisão pública. Trate-se de desmontar um Fundação que possui 67 anos de história e contribuição concreta para o estado.
Fundada em setembro de 1967, durante o governo de Roberto Costa de Abreu Sodré, a FPA tem como foco o fomento da educação e cultura. Teleaulas, musicais, esporte, livre imprensa, programas de opinião, documentários, cinema. Desde o princípio de sua atuação, a Fundação priorizou temas urgentes e inéditos para contribuir com a formação de uma cidadania brasileira qualificada.
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Tarcísio contra a ciência
Ainda durante o jantar, o governador mencionou a possibilidade de privatizar a Fundação para o Remédio Popular (FURP), que é o laboratório farmacêutico oficial do estado.
A FURP, que completa 56 anos de história na próxima terça (9), é reconhecida como o principal fabricante público de medicamentos da América Latina e está vinculada à Secretaria de Estado da Saúde.
Atualmente, a FURP possui duas unidades, uma em Guarulhos (Grande São Paulo) e outra na cidade de Américo Brasiliense (SP). Lembrando que ela atua diretamente no atendimento de prefeituras, consórcio de municípios, secretarias de saúde municipais e estaduais, santas casas, hospitais, sindicatos e entidades filantrópicas.
Vale destacar que a FURP produz produtos que são considerados medicamentos órfãos, para doenças negligenciadas, que são doenças ligadas a questão da vulnerabilidade social e não há interesse da indústria farmacêutica na produção desses medicamentos, porque são medicamentos com baixo valor agregado.
Para o Sintaema, a sanha de Tarcísio não possui limites. Ele quer passar a boiada e acabar com todo o patrimônio de São Paulo. O momento exige de nós muita resistência e energia para denunciar o projeto do governador ao conjunto da população.
Diga não à privatização!