Home Destaque Modelo de abastecimento de água em SP é central para o futuro

Modelo de abastecimento de água em SP é central para o futuro

O ameaça privatização da Sabesp colocou em destaque o tema que há anos o Sintaema vem debatendo: o modelo de abastecimento no estado e os impactos e gargalos em regiões como a metropolitana de São Paulo

O professor Pedro Luiz Côrtes, titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, explica que esse tema é urgente e coloca no centro do debate o futuro da Sabesp. 

Segundo o professor, a Sabesp é financeiramente bem administrada e tem feito importantes investimentos com recursos próprios.

O ponto principal indicado por Côrtes são as decisões políticas tomadas em relação ao abastecimento da região metropolitana de São Paulo. “Nós temos uma empresa que funciona bem, é tecnicamente competente, é bem administrada sob vários aspectos, mas aqui efetivamente nós temos uma série de problemas, por conta de uma concentração populacional muito significativa e uma carência efetivamente de fontes de abastecimento que consigam dar conta disso.” 

Modelo de abastecimento

Por isso, neste momento, é urgente colocar em discussão qual será o modelo de abastecimento utilizado na região metropolitana nas próximas décadas. Apesar de parecer um período longínquo, Côrtes esclarece que “nós precisamos investigar isso, porque o sistema de abastecimento, do jeito que está configurado, não vem mostrando resiliência face às mudanças climáticas, embora a Sabesp esteja fazendo um esforço muito grande no sentido de tentar garantir essa segurança hídrica”.

Para o pesquisador, o argumento da geração de novos empregos e melhorias da qualidade do serviço não são os únicos pontos a serem levados em consideração: “Não se trata de ser contra ou a favor, por princípio, em relação à privatização e à concessão de serviços públicos. A primeira pergunta que tem que ser feita é: a população vai ganhar exatamente o que com isso [com a privatização?”. Ou seja, para o pesquisador a população deve estar no centro e precisa haver transparência sobre os reais efeitos que São Paulo terá com a venda da empresa.

Ele discorre sobre a necessidade de avaliar os índices de evolução da eficiência da Sabesp: “A gente precisa tomar muito cuidado quando recebe essas informações a respeito do caso específico da Sabesp, para tentar entender como está sendo projetado, como isso está sendo feito”, conclui. 

Com informações do Jornal da USP