Home Destaque Guarapiranga sobe ameaça: a falsa eficiência da Sabesp privatizada 

Guarapiranga sobe ameaça: a falsa eficiência da Sabesp privatizada 

Em maio deste ano, um novo vazamento de esgoto atingiu a Represa de Guarapiranga — uma das principais fontes de água da Grande São Paulo. O flagrante, feito por moradores e confirmado por órgãos ambientais, mostra esgoto in natura sendo despejado diretamente no Córrego Itupu. O caso é grave. Mas não é surpresa.

A Sabesp, vendida a preço de banana por Tarcísio de Freitas em julho 2024, já mostra os primeiros efeitos de um modelo que prioriza o lucro, não o saneamento.

A promessa era de “eficiência”. O resultado é multa por poluição, inquérito do Ministério Público e risco direto à saúde da população e ao meio ambiente.

A empresa alega que foi uma falha pontual no sistema elétrico, mas: esse problema já era de conhecimento da gestão da empresa, os despejos são recorrentes e as promessas de investimento seguem no papel.

Frente ao caos e crimes ambientais, o Ministério Público Estadual abriu investigação contra a Sabesp e estipulou um cronograma para realização de obra de melhoria do sistema elétrico de forma urgente.

A privatização da Sabesp não era para resolver os supostos gargalos estruturais — mas sim transferir para investidores privados o controle de um serviço essencial lucrativo, enquanto os moradores de São Paulo, neste cas da região do M’Boi Mirim, veem esgoto escorrendo para os mananciais.

Essa é a lógica do desmonte: enxugar quadros técnicos, cortar custos, terceirizar responsabilidades e empurrar obras para depois — até que a natureza cobre a conta. E ela sempre cobra.

Ataque a soberania hídrica

Privatizar água e saneamento é abrir mão de soberania, de planejamento público e de justiça social. É deixar a lógica do lucro decidir onde, quando e quanto será investido em infraestrutura básica. E os mais afetados são sempre os mesmos: os bairros periféricos, as populações vulnerabilizadas, as regiões onde o investimento não “se paga”.

O Sintaema segue em luta contra esse modelo predatório, denunciando os impactos da privatização, cobrando transparência e defendendo a reconstrução de uma Sabesp pública, forte e voltada ao interesse coletivo.

📢 É hora de resistir, fiscalizar, mobilizar e denunciar. A  luta por um saneamento justo e público continua.