Começou nesta quarta (31) e vai até amanhã (quinta, 1º de junho) a solenidade de posse dos delegados e delegadas do Sintaema referente ao mandato do período de 1º de maio de 2023 a 30 de abril de 2025.
No primeiro dia de atividades, os trabalhados foram abertos por ampla reflexão sobre a conjuntura política, os desafios dos trabalhadores de água, esgoto e meio ambiente frente o projeto privatista do governo Tarcísio de Freitas, e a necessidade de reforçar a mobilização e resistência para influenciar o governo Lula para reverter os retrocessos impostos pela gestão Jair Bolsonaro.
Na mesa de abertura, o presidente do Sintaema, José Faggian, criticou a aprovação do marco temporal (que na prática abre espaço para a devastação dos territórios originários) e falou sobre a ofensiva do governo Tarcísio contra os serviços públicos e a ameaça de privatização da Sabesp. Também foi tema do debate inicial o balanço das campanhas salariais (Sabesp, CETESB, Fundação Florestal, SAEG e empresas privadas) e a importância de organizar a luta pela base.
“Uma atividade de formação e de organização para a luta. Uma oportunidade para trocar com os nossos delegados e delegadas informações e preparar o Sintaema para o próximo período. Não tenhamos dúvidas, a luta central da classe trabalhadora, hoje, precisa ter como centro trazer a agenda do governo Lula para atuar em prol da classe trabalhadora, em especial dos trabalhadores e trabalhadoras do saneamento e meio ambiente. Só assim conseguiremos barrar as privatizações”, afirmou Faggian.
Ao reforçar a luta em defesa de uma Sabesp pública, a direção do Sintaema foi enfática e reafirmou: “o momento é de reflexão e a posição de Tarcísio de Freitas é da construção de um Estado mínimo e de violação do patrimônio público de São Paulo. O que está em jogo é o futuro dos direitos sociais do povo paulista e dos serviços essenciais como saneamento, transporte, educação e saúde”.
O papel do delegado (a) sindical!
Presente na solenidade de posse, o ex-presidente do Sintaema e dirigente nacional da CTB, Nivaldo Santana, falou do papel estratégico do delegado sindical como elo central entre a base e o Sindicato.
“Os delegados sindicais têm um papel fundamental na construção de um sindicalismo classista e de luta. E empossar os novos delegados com uma ampla atividade de formação confirma o entendimento do Sintaema frente a luta política em curso e posiciona nosso Sindicato como uma entidade de vanguarda na luta da classe trabalhadora”, afirmou Nivaldo Santana.
Com opinião compartilhada, Douglas Izzo, coordenador do Fórum do Funcionalismo Público do Estado de São Paulo, rememorou que a luta dos trabalhadores vem desde o golpe de 2016, que interrompeu um ciclo de mudanças e destituiu – através de um impeachment – o governo Dilma Rousseff. “Esse golpe implementou gestões regressivas, de ataques aos direitos e de desmonte geral dos serviços, exemplo disso é a proposta de Reforma Administrativa”, destacou Isso.
Esse cenário, afirmou ele, empurrou milhões para um estado de miséria, insegurança e vulnerabilidade brutais, situação que foi escancarada com a pandemia – que gerou a morte de milhares de brasileiros – e uma série absurda de escândalos de corrupção. A vitória de Lula em 2022 interrompe isso, mas é apenas o primeiro passo para a reversão de um estrago sem precedentes.
André Ferrari, coordenador do Conlutas, também falou sobre os desafios dos trabalhadores e trabalhadoras organizados influírem sobre os rumos da política nacional e sobre o atual governo.
“Ainda que tenhamos mostrado força contra a extrema direita e que o governo Lula tenha aberto possibilidades, precisamos estar mobilizados e, não nos enganemos, a tarefa central é derrotar a extrema direita e a unidade e luta serão fundamentais para abrir caminho para uma alternativa ao sistema de conjunto vigente”, finalizou.
Defesa do Meio Ambiente
Na parte da tarde, o Encontro de Delegados e Delegadas do Sintaema seguiu com o debate focado no balanço nas políticas ambientais e a urgência de se pensar um projeto que garanta avanço, mas sem perder de vista a preservação do meio ambiente.
A discussão foi liderada pela pesquisadora Natalia D’Alessandro, mestre em Planejamento e Gestão de Recursos Naturais e consultora de Políticas Públicas pela WayCarbon, que apresentou resumo da atual discussão em torno da crise climática de destacou o papel de uma entidade como o Sintaema.
“Um debate rico e orientador sobre o papel do Sintaema e dos delegados na base em torno da pauta. A defesa do meio ambiente é parte fundante da nossa entidade e com a emergência da crise climática isso torna-se ainda mais urgente. O que foi debatido aqui hoje será base orientadora para nossa luta no próximo período e reforça o papel do Sintaema como uma entidade que atua, historicamente, pela valorização dos trabalhadores do meio ambiente e pelo combate à devastação do meio ambiente”, destacou a direção do Sindicato ao final dos debates desta quarta (31).
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