Para atualizar a situação nas empresas, a conjuntura em que se encontra o país, os encaminhamentos que têm sido feitos durante a pandemia e os desafios que virão depois desta fase, o Departamento de Formação do Sintaema realizou o primeiro encontro virtual de delegados sindicais e suplentes da categoria, no dia 27 de maio.
O encontro contou com intervenções de representantes da CUT, da Conlutas e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé nas pessoas de João Cayres, André Ferrari e Altamiro Borges, respectivamente.
O diagnóstico é preocupante: estamos diante de um governo retrógrado, autoritário, que está a serviço do capital e dos interesses de grupos, que está flexibilizando as garantias trabalhistas e neste momento de pandemia não está cumprindo o papel em defesa do povo, ao contrário, vem negando a destruição em massa pelo coronavírus, e nosso país já é considerado o epicentro da doença pelo crescimento no número de casos.
Sequer o auxílio-emergencial tem sido uma política eficiente, haja vista que muitos ainda não conseguiram sacar a ajuda e os que conseguem precisam enfrentar filas e aglomerações, o que bate de frente com o isolamento necessário, já que aumenta as chances de contágio. Além disso, o governo teve a coragem de oferecer R$ 200,00, de auxílio, porém, graças à pressão da oposição o valor foi de R$ 600,00, mas ainda muito aquém do necessário.
O cenário é de muitas incertezas, e as maiores vítimas continuam sendo os trabalhadores e as pessoas em situação vulnerável. As relações trabalhistas tenderão a mudar significativamente, e muitos patrões se aproveitarão da pandemia para dar continuidade às demissões, diminuição de benefícios, suspensão de contratos de trabalho e outros prejuízos que afetarão a classe trabalhadora.
Frente a esta situação crítica, o desafio será o de continuar combatendo o coronavírus, proteger a categoria ao máximo possível, manter os postos de trabalho e unir todas as forças para lutar contra este nefasto governo trevoso que, desde que chegou somente fez políticas maléficas à população, à classe trabalhadora e ao meio ambiente.
Confira algumas citações:
“Depois do golpe veio a reforma trabalhista junto a um crescente movimento contra os sindicatos, e onde não há sindicatos atuantes a população sofre. Cada vez mais a classe trabalhadora precisa se unir aos sindicatos e centrais, precisamos mais do que nunca nos fortalecer para enfrentar os ataques deste governo”
João Cayres – CUT
“Não podemos abrir mão de nossas convicções porque Bolsonaro pode tentar uma aventura. Nosso papel é de união para recuperar a força dos movimentos de massa. Não nos apequenemos diante desta situação”
André Ferrari – Conlutas
“A tendência é de um desastre econômico devastador, desempregos e cortes de salários, entre outros. A luta de classes precisa ser intensificada, fortalecer a unidade respeitando as adversidades, disputar narrativas na sociedade e concentrar energia na solidariedade ao povo brasileiro, aos mais necessitados”
Altamiro Borges – Barão de Itararé
Questões pontuais da categoria foram encaminhadas
O presidente do Sintaema, José Faggian, expôs que dentro deste quadro crítico, onde “o governo condena a população à morte”, o sindicato tem conseguido proteger a categoria, seja com rodízios, afastamentos ou home Office, além de manter os empregos e os acordos coletivos sem retirada de direitos.
Foram colocadas pelos representantes algumas questões pontuais, como na CETESB, que de forma unilateral cortou adicionais de insalubridade e periculosidade de trabalhadores que estão em home Office. O Departamento jurídico do Sintaema já está averiguando este fato.
Na Sabesp houve casos em que trabalhadores estão em desvio de função e não estão recebendo por isso, e casos de companheiros terceirizados que chegam ao local de trabalho sem máscara e sequer há álcool gel, portanto é preciso ter mais fiscalização por parte da empresa. Nesta questão o presidente Faggian foi categórico: “Se não tiver EPI’s o trabalhador não entra e vamos parar a área”.
Foi abordada na reunião sobre a dificuldade em negociar na Fundação Florestal por não haver assinatura de acordo, porém o sindicato tem conseguido manter os salários e conquistas. Como não poderia deixar de ser, também foi abordado o lamentável caso do guarda ambiental terceirizado morto em uma fiscalização no Parque Intervales e a necessidade de mais valorização, segurança e apoio aos guarda-parques.
A situação dos companheiros e companheiras das empresas privadas também foi colocada, e o Sintaema vem fazendo negociações, como na BRK Ambiental, que reconheceu a data-base, por exemplo, e conversando com as outras empresas, sempre no sentido de garantir acordos e proteger trabalhadores do grupo de risco com afastamentos.
Na SAEG foi feita uma assembléia virtual e o Sintaema conseguiu repassar a inflação, entre outros.
O encontro foi produtivo e esclarecedor, e, dentro deste quadro de incertezas por causa do coronavírus, além de proteger os trabalhadores e manter seus direitos houve o consenso de que é necessário garantir a manutenção dos acordos coletivos até o ano que vem, e o Sintaema vai se empenhar neste objetivo.
Na luta contra o coronavírus e o governo destrutivo de Bolsonaro. Estamos juntos!