
A torneira seca, o rodízio constante, a água de caminhão-pipa voltando aos bairros. Em pleno 2025, a crise hídrica assombra São Paulo mais uma vez, trazendo à tona o fantasma de 2014. Vale lembrar que neste momento São Paulo caminha para sua 3ª crise hídrica neste século.
Mas engana-se quem acha que isso é apenas obra da falta de chuvas. São Pedro não tem nada a ver com isso.
A escassez de água é, em grande parte, o resultado direto de um projeto político que privilegia o lucro de poucos em detrimento da vida de milhões. O governador Tarcísio de Freitas e sua cruzada pela privatização da Sabesp e da EMAE e o desmonte do patrimônio do povo paulista são peças centrais nesse desastre anunciado.
O Sintaema lista os 5 motivos que mostram como a gestão Tarcísio e a venda da Sabesp têm TUDO a ver com a crise que vivemos:
- O Desmonte do Planejamento Público para Justificar a Venda
A estratégia é clássica: para vender a empresa pública como “solução”, é preciso primeiro quebrá-la. O governo estadual paralisou investimentos cruciaisem ampliação e manutenção de redes, recuperação de mananciais e combate a perdas. A rede velha e furada perde milhões de litros diariamente. Com o serviço piorando, criou-se o cenário perfeito para o discurso: “A Sabesp não funciona, só a privatização salva”. É sabotagem para justificar a venda. - A obsessão privatista acaba com a universalização do acesso
A lógica de uma empresa privada NÃO é dar água para todo mundo; é gerar lucro para acionista. O foco deixa de ser a universalização do acesso e passa a ser a rentabilidade. Consequentemente, investimentos em infraestrutura para levar água a regiões periféricas, de baixa densidade ou de alta vulnerabilidade se tornam “não prioritários”. A população pobre é a primeira a sentir o racionamento e a última a ser atendida. A privatização transforma água em commodity, não em direito.
- A política antiambiental de Tarcísio destrói as fontes de água
Enquanto deveria proteger os mananciais, Tarcísio flexibiliza a legislação ambiental, facilita o desmatamento e incentiva a expansão urbana desordenada em áreas de proteção de nascentes e represas. Matas ciliares que protegem rios são destruídas, esgotos são despejados em rios que já estão colapsados, agrotóxicos contaminam lençóis freáticos e a especulação imobiliária avança sobre áreas críticas para a recarga hídrica. Sem floresta, não tem água. O governo está literalmente secando as fontes. - A gestão para o Mercado e a negação da crise climática
A crise climática é real e torna secas e estiagens mais severas e frequentes. Uma gestão pública responsável deveria ter um plano robusto e permanente de segurança hídrica, com investimentos massivos em novas fontes, reuso de água e redução de perdas. Tarcísio, porém, gerencia a água para agradar o mercado, ignorando os alertas científicos. A prioridade é o balanço financeiro da empresa para a venda, não a garantia de água para as futuras gerações. - O futuro sombrio: A água será cadavez mais cara e escassa
Com a Sabesp privatizada, o cenário será ainda pior. Quem duvida, basta olhar para a crise energéticaque se abateu sobre o país após as privatizações do setor. A água vai virar um produto caro, com tarifas altíssimas e reajustes abusivos. O controle social some, as prioridades mudam e o lucro vem sempre em primeiro lugar. O povo pagará duas vezes: pela água que não tem e pelos dividendos dos acionistas.
A luta pela água é a luta pela vida
A crise hídrica em São Paulo não é um desastre natural; é um projeto político de destruição do que é público. A privatização da Sabesp é a entrega do controle da água – um bem essencial à vida – para entidades privadas cujo único objetivo é o lucro.
O Sintaema levanta sua voz em defesa do saneamento público! “Nossa luta e atuação é por um um plano emergencial de investimentos em infraestrutura, combate às perdas e recuperação de mananciais. Água é direito, não mercadoria!”, reitera o Sindicato.
A população precisa entender: quem seca São Paulo é Tarcísio e seus projetos. A solução está nas mãos do povo, na resistência e na defesa intransigente do que é público.
Sintaema – Ao lado dos trabalhadores e do povo, na luta por água para todos!