Reportagem do portal do Diálogos do Sul traz informações que comprovam a ação criminosa contra a cidade de Gaza. Relatórios locais mostram que o Estado ocupante usa da política de fome contra os moradores de Gaza por quase seis meses, forçando-os a comer ração para animais e grãos de aves para saciar a fome deles e de seus filhos.
A fome, a sede, a morte e a destruição continuam sendo armas usadas contra os moradores de Gaza pelo nono mês consecutivo, destruindo qualquer possibilidade de vida em Gaza.
Dados do Programa Mundial de Alimentos na Palestina apontam para o crescente risco de fome: “Se não conseguirmos enviar ajuda em grandes quantidades para a Faixa de Gaza, os sinais de fome aumentarão”, diz o alerta.
Dados das Nações Unidas denunciam que o fluxo de ajuda humanitária caiu para 67% desde o início da operação militar. Em relatório, a Organização Mundial da Saúde alertou que “as crianças de Gaza estão morrendo de fome e sede com a contínua obstrução da ajuda humanitária”.
Com a ação criminosa de Israel, organizações locais e internacionais alertam para o avanço de um surto de cólera na Faixa de Gaza. Na mesma linha, representantes da UNICEF declararam que “90% das crianças sofrem de desnutrição severa”.
Resposta internacional
Frente a ofensiva de Israel, com o uso da fome como arma, 70 organizações de direitos humanos a emitiram declaração conjunta pedindo que a fome seja declarada oficialmente em Gaza, devido à insistência do Estado ocupante em cometer o crime da fome e usá-lo como arma de guerra, como parte de seu crime maior de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.
Vale destacar que a postura do governo de ocupação continua a se colocar acima do direito internacional humanitário e da Carta dos Direitos Humanos, que proíbe causar fome como prática militar contra civis.
A ação de Israel fere o artigo 54 do Protocolo Adicional I da Convenção de Genebra de 1977 protege os objetos indispensáveis à sobrevivência da população civil e proíbe atacar, destruir, remover ou inutilizar alimentos, áreas agrícolas, colheitas, gado, instalações de água potável e redes de irrigação, se o objetivo for a fome dos civis ou forçá-los ao deslocamento ou por qualquer outra razão.
Além disso, causar fome e destruir os meios de subsistência na Faixa de Gaza contraria as medidas provisórias estabelecidas pela Corte Internacional de Justiça, o que permite a possibilidade de processar os responsáveis por tais atos ou aqueles que atrasam a entrega de ajuda no Tribunal Penal Internacional.
Com informações do Portal Diálogos do Sul