A população do Rio de Janeiro enfrenta o turbilhão da privatização do saneamento. A privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) – agora administrada pela empresa Águas do Rio, iniciada em 2021 -, prometia melhorias, mas o que se vê é um mar de reclamações e contas de água que mais parecem cifras de um leilão. As denúncias atingiram uma alta impressionante de 564%, segundo o Procon-RJ.
“A privatização do saneamento no RJ elevou tarifa e não cumpriu promessa de universalização”’ afirma Paulo Sérgio Farias, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama-RJ) e presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio (CTB-RJ).
Após a privatização da CEDAE – estado de Tarcísio – as tarifas explodiram. “Para se ter uma ideia a tarifa social (destinada para as pessoas em vulnerabilidade social) para pelos cariocas supera a de São Paulo em mais que o dobro e a tarifa residencial (a normal) no Rio é 71% mais cara do que aqui em São Paulo”, alerta a direção do Sintaema.
Povo sofre com a privatização
A aposentada Marly Azeredo, de 82 anos, moradora de Nova Iguaçu, viu sua conta se multiplicar por dez, apesar do hidrômetro ser o mesmo. As faturas costumavam vir na faixa dos R$ 144, mas, na referência a outubro, o valor era de R$ 1.307.
“Fui até a Águas do Rio para entender, e me disseram que o total era a diferença do consumo de um ano, como um valor retroativo. Segundo a empresa, eles cobraram por média durante todo esse período. No entanto, não houve vistoria, nada”, se queixa Marly.
Nos condomínios, as faturas de água chegaram a atingir quatro vezes o valor mensal. É o caso do condomínio Catete Center, cuja conta passou de R$ 20 mil para R$ 80 mil por mês. Já no Uirapuru, em Ipanema, em Ipanema, a fatura subiu de R$2.200,00 para R$ 8.000,00 após a privatização.
“Já fizemos uma revisão completa para procurar possíveis vazamentos e não encontramos nada. Por isso, acionamos o jurídico para entrar com uma ação requerendo o ressarcimento do valor das faturas pagas em excesso e depósito judicial das próximas faturas pelo valor da média histórica”, explica o síndico Marcos Vinicius.
Com informações das agências