Home Destaque Institutos dos barões do saneamento defendem que população de baixa renda pague...

Institutos dos barões do saneamento defendem que população de baixa renda pague por universalização

Estudo divulgado pelo Trata Brasil, instituto financiado pelos barões do saneamento, em parceria com a Ex Ante Consultoria Econômica, a Asfamas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento) e o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), nesta segunda (2), propõe que a própria população pague pelos investimentos bilionários na construção, instalação e troca da infraestrutura residencial de água e esgoto, para poder se conectar às redes que deverão chegar às suas portas.

Leia também – Pacote Climático de Tarcísio é uma festa de limitações e generalidades

Ou seja, com esse estudo fica claro que aquele discurso de que a privatização garantirá a universalização caiu por terra.

Segundo a análise, os aportes que deverão sair do bolso da população, sobretudo da mais vulnerável e que vive excluída dos serviços de saneamento, serão da ordem de R$ 242,5 bilhões para um período de 10 anos. Ou seja, R$ 24,3 bilhões ao ano.

Com esse prazo, os barões do saneamento também descumprem a promessa de universalizar o serviço até 2030, visto que a estimativa do estudo indica como prazo mínimo o ano de 2033.

O estudo ainda indica que as regiões que mais carecem do serviço – quase 50% do total – são as regiões Norte, em especial no Pará, e no Nordeste, principalmente no Maranhão, justamente as mais carentes do país. A região Sul também demandará uma fatia considerável dos investimentos, estimada em 23,5% do total, em particular no Rio Grande do Sul, estado que enfrenta desafios após as enchentes.

O estudo também diz que para garantir que as empresas privadas concretizem seus projetos será importante que o Estado entre com uma parcela considerável  de recursos, via políticas públicas sociais.

“O estudo deixa claro o que sempre denunciamos. O que move as privatizações é o lucro e as empresas sabem que podem ganhar bilhões explorando os direitos da população. Primeiro, eles privatizam porque assim universaliza. Depois de privatizado diz que o povo terá que pagar a conta. E para completar diz que o Estado – o mesmo que eles alardeiam ser ineficiente – precisa entrar para que o projeto deles saia do papel. Seria cômico se não fosse trágico”, dispara a direção do Sintaema ao destacar que o relatório é a prova inconteste de que a população mais vulnerável será a maior prejudica e o Estado ainda terá que bancar – depois de vender o patrimônio público – a sanha da iniciativa privada.

Confira a íntegra do estudo aqui!

Diga não à privatização! Ela só piora a sua vida