Home Destaque Crise hídrica: Governo Tarcísio repete receita tucana e coloca população em risco

Crise hídrica: Governo Tarcísio repete receita tucana e coloca população em risco

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou no dia 24 de outubro um plano de contingência para o abastecimento de água na Grande São Paulo, diante do risco de uma nova crise hídrica. O problema, porém, está longe de ser apenas climático: é resultado direto da má gestão e da política de privatização da Sabesp, que enfraquece a capacidade do Estado de planejar e garantir o direito à água para todos.

Pelo terceiro ano consecutivo, as chuvas estão abaixo da média, e o nível das represas que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo despencou para 28,7% da capacidade total — o menor índice desde a crise de 2014-2015.

Diante desse cenário, o governo propõe um plano que pode levar a restrições de até 16 horas no fornecimento de água, além da retomada da exploração do volume morto dos reservatórios — medida extrema e insustentável do ponto de vista ambiental.

Segundo análise do ONDAS (Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento), as medidas anunciadas “não incentivam a redução de consumo nem o uso racional da água, apenas impõem cortes compulsórios que ampliam a insegurança hídrica para milhões de pessoas desprivilegiadas”.

“Reduzir pressão nas redes não é política de abastecimento — é precarização. É um contrassenso deixar de fornecer água para reduzir perdas. Então, para que serve uma empresa de abastecimento?”, diz o estudo.

Plano de restrições anunciado pelo governo:

 Faixa 1 (abaixo de 43,8%) – Campanhas de uso consciente e revisão de transposições;

 Faixa 2 (abaixo de 37,8%) – Redução da pressão por 8 horas;

 Faixa 3 (abaixo de 31,8%) – Redução de pressão por 10 horas (nível atual da Grande São Paulo);

 Faixa 4 a 6 – Reduções progressivas até 16 horas e captação do volume morto;

 Faixa 7 (nível zero) – Rodízio no abastecimento, com alternância diária de fornecimento.

Água não é mercadoria

A crise hídrica expõe o fracasso da política de privatização da Sabesp. Ao transformar a água em negócio, o governo Tarcísio prioriza o lucro dos acionistas em vez de investir em manutenção, ampliação de reservatórios e combate às perdas na rede. O resultado é um sistema cada vez mais vulnerável, desigual e incapaz de garantir o abastecimento em momentos críticos.

O Sintaema alerta: a água é um direito, não um privilégio.

O Sindicato destaca que seguirá em luta para garantir que a Sabesp privada cumpra o seu papel e aplique um planejamento e investimento, e impedir que o governo leve São Paulo a mais um colapso hídrico.

Privatizar é secar o futuro. Água é vida, é do povo e deve permanecer pública!