O rompimento da adutora da Sabesp em Embu das Artes, no último dia 23 de julho, que deixou 160 mil pessoas sem água, é mais do que um acidente — é o retrato do caos instalado pela lógica privatista que desmonta a fiscalização e coloca o lucro acima da segurança e da vida.
A tubulação, localizada ao lado de um aterro gigantesco de mais de 212 mil m² — equivalente a 21 campos de futebol —, está em uma área marcada por degradação ambiental alarmante: destruição de Mata Atlântica, soterramento de nascentes e avanço sobre o Rio Embu-Mirim, um dos principais contribuintes da Represa Guarapiranga.
O cenário se agrava com o risco de contaminação por chorume, rico em metais pesados como chumbo e mercúrio, armazenado sem impermeabilização, a céu aberto.

Esse desastre ambiental não aconteceu por acaso. Com a política de privatização e as demissões em massa, as unidades da Sabesp têm cada vez menos equipes técnicas para fiscalizar, prevenir e agir com rapidez diante de riscos e acidentes.
Resultado da lógica privatista: sucessivos vazamentos, perda de mais de 30% de toda a água tratada e aumento da vulnerabilidade de nossos mananciais.
O Sintaema denuncia: a entrega da Sabesp ao setor privado e o desmonte do quadro de trabalhadores e trabalhadoras colocam toda a população em perigo.
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Água é direito, não mercadoria. E proteger os nossos mananciais é proteger a vida.