Povo na rua: só a luta muda o País
Neste segundo dia de congresso o tema “O povo na rua: só a luta muda o país” foi amplamente abordado pelos palestrantes convidados pelo Sintaema e debatido com os delegados congressuais.
Tivemos as explanações do prof. de economia da Unicamp, Anselmo dos Santos, do jornalista Altamiro Borges e do líder do MST, João Pedro Stédile.
Anselmo dos Santos:
“Precisamos de juros baixos, aumento de investimentos com aumento de produtividade, reduzir a jornada de trabalho, fazer mudanças estruturais profundas nas políticas sociais, e não somente bolsa-família”
João Pedro Stédile- MST:
“O governo contempla todos os interesses de classes, não somente o da classe trabalhadora, é um governo de todos. Trouxe melhorias, certa estabilidade eleitoral, mas isso chegou em um teto, não dá mais.
Política econômica de agradar a todos bateu no teto, não há como melhorar a condição de vida da população sem tirar dos ricos. Para universalizar a bandeira da educação, tem que tirar dos bancos, mexer no superávit primário para ter melhorias em todas as áreas.
Por que a juventude foi pra rua, pegando a todos de surpresa? Indignação. Hoje um jovem não tem oportunidade de participar politicamente em lugar algum, ele está excluído.
O Brasil precisa de reformas estruturais, elas são fundamentais para que consiga melhorar a qualidade de vida da população, caso contrário corremos o risco de voltar às altas taxas de desemprego. É preciso consciência de classe para combater as forças do capital.
Tentar articular forças nos movimentos sociais para termos uma constituinte soberana na qual o povo se reconheça nos parlamentares. Para tanto, consciência de classe e mobilização da população nas ruas. É preciso uma reforma política para melhorar as condições de vida de todos”
Altamiro Borges:
“Estamos em um momento que temos mais dúvidas do que certezas. Brasil recebe muita influência ideológica, mas hoje nosso país também tem uma voz muito mais ativa que reflete e interfere no mundo.
A forma como o capital está fazendo para sair da crise é clássico: jogando todo o peso nas costas do trabalhador.
Enquanto estamos aprovando uma Lei para as domésticas, a Europa está retirando direitos.
A juventude foi para as ruas a princípio por causa da tarifa, mas os protestos cresceram e as demandas das ruas foram por mais Estado, bandeiras socialistas: mais educação, saúde, mobilidade urbana. Mostraram a necessidade de mudança no país”