Estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em colaboração Universidade de Oxford, no dia 17 de outubro, mostra que o Brasil tirou 9,6 milhões de brasileiros e brasileiras da condição de extrema pobreza, em 2023.
O aumento real do rendimento médio dos trabalhadores, a queda na taxa de desemprego e a retomada de políticas sociais comprovadamente eficientes são alguns fatores que levaram o Brasil a reduzir em 40% a taxa de extrema pobreza entre 2022 e 2023. Foi observada queda em todas as regiões, sendo os maiores percentuais no Norte e Nordeste, e no recorte de gênero e raça, com destaque entre as mulheres negras.
Os dados do relatório de 2024 do Observatório Brasileiro das Desigualdades ainda apontam queda de 20% no desemprego. O ganho real no rendimento médio de todas as fontes foi de 8,3%, sendo maior entre as mulheres do que entre os homens: 9,6% contra 7,7%.
Vale lembrar que os esforços dos dois governos Lula anteriores para reduzir a fome e a extrema pobreza, mantidos durante a primeira gestão da presidenta Dilma Rousseff (PT), tiraram o país do Mapa da Fome em 2014. Agora, em quase dois anos de governo, vê-se a queda vertiginosa de 33 milhões de brasileiros passando fome, em 2022, para 8,6 milhões, em 2024 – 3,9% da população.
Fome no mundo
Na contramão desse movimento, o mundo vive uma situação de piora. Segundo a ONU, 1,1 bilhão de pessoas estão na linha de pobreza aguda, das quais quase metade (455 milhões) se concentra em países que estão em guerra. O levantamento ainda indica que a situação é mais grave nas zonas rurais, onde 28% da população mundial são pobres, do que nas zonas urbanas, onde essa condição afeta 6,6% das pessoas.
Relatório elaborado em conjunto com a Iniciativa para a Pobreza e o Desenvolvimento Humano da Universidade de Oxford indica que 3% de 1,1 bilhão de pobres (34 milhões) vivem na América Latina.
O levantamento da ONU indica que que grande parte da população que vive na pobreza (83,2% de 1,1 bilhão) se encontra nas regiões da África Subsaariana (553 milhões) e no sul da Ásia (402 milhões).
Insegurança alimentar
Relatório da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, mostram que, em 2023, cerca de 20 milhões de brasileiros foram retirados de um quadro de insegurança alimentar moderada ou grave.
A insegurança alimentar moderada é quando a pessoa não consegue ter as três refeições diárias ou não se alimenta o bastante. Já a insegurança alimentar grave, quando o indivíduo fica um ou mais dias sem comer, em situação de fome.
Cenário na Argentina acende alerta no mundo
Na Argentina, hoje governada por Javier Milei, a situação é assustadora. De acordo com levantamento do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec), divulgado em setembro passado, o número de pessoas que vive abaixo da linha da pobreza aumentou no primeiro semestre de 2024 e chegou a 15,7 milhões.
A pesquisa ainda aponta que mais da metade da população (52,9%) está em situação de pobreza, cenário que abrange 4,3 milhões de famílias, 42,5% do total do país.
A comunidade internacional observa a situação na Argentina. A gestão Milei tem sido acusada de não distribuir alimentos para os restaurantes populares (conhecidos como comedores) deixando os produtos chegarem próximo à data de vencimento. Milei também impôs uma agenda neoliberal econômica que retirou direitos dos trabalhadores, arrochou salários e aumentou as tarifas de serviços públicos.
Com informações do Brasil de Fato