“Com a explosão dos preços os o cenário de lucros bilionários que a Sabesp vem computando há anos, o mínimo que a empresa faz é garantir para os trabalhadores e trabalhadoras um bom acordo coletivo”, afirmou o presidente do Sintaema, José Faggian, durante a 4ª mesa de negociação que ocorreu nesta sexta (3).
Ao comentar a proposta apresentada pela empresa da direção do Sintaema destacou que não chega nem perto do que é devido. “Achamos importantes as parcerias que a Sabesp anunciou, como a feita agora com o Gympass, isso ampliar a cesta de benefícios da categoria, algo que lutamos diuturnamente para ampliar e melhorar. Mas isso é perfumaria, nossa posição é de avanços estruturantes na campanha salarial deste ano”, reafirmou a direção do Sindicato.
Proposta da Sabesp
Nesta 4ª rodada a empresa ofereceu como proposta para a campanha salarial:
– Reajuste salarial e nos benefícios pelo IPC/FIPE (de 2,74%)
– Auxílio creche para os empregados e empregadas que tenham um filho em tratamento home care, conforme avaliação do serviço social;
– Alteração do limite de 100% para 150% do salário do substituto. Mantendo o mínimo de 20 corridos;
– Concessão da garantia de emprego de 98% do efetivo de pessoal em 30/04/2024, mantido os demais critérios estabelecidos no ACT 2023/2024;
“Uma proposta que o Sintaema rejeita e que vai apresentar à categoria na próxima assembleia. 2,74% não cobre a inflação dos alimentos. Pior, não chega nem perto do que nossa categoria merece”, reiterou a direção do Sindicato ao rebater a oferta.
Saúde e segurança no trabalho
O Sintaema ainda destacou que a Sabesp apresentou uma reestruturação da política de segurança e saúde do trabalho.
“As informações são positivas e contribuem para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Mas há na Sabesp ambientes tóxicos e maneiras de tratamento que incidem no adoecimento da categoria”, apontou a direção do Sindicato ao lembrar que a empresa tem praticado ações quase que abusivas ao transferir as pessoas apenas com um comunicado via e-mail, sem levar em consideração nem a história e nem a estruturação da vida destes trabalhadores, que muitas vezes definem creche e a escolas dos filhos próximos ao seu local de trabalho.
Além disso, o Sintaema frisou que há diversas denúncias de assédio moral e sexual que precisam ser mapeadas e os agressores (as) punidos (as). “Não podemos admitir que uma empresa como a Sabesp mantenha pessoas que pratiquem esse tipo de violência”, reiterou.
Outro ponto destacado direção do Sindicato é sobre a questão das empresas contratadas. “A Sabesp apresentou uma ampla proposta que fortalece uma política de segurança e saúde, mas ela só vale para os trabalhadores e trabalhadoras efetivos das empresas”, esclareceu.
Aqui vale ressaltar o número absurdo de acidentes e mortes entre os trabalhadores das empreiteiras contratadas pela Sabesp. Somente na última semana, o Sindicato recebeu a denúncia de duas mortes de trabalhadores (uma em Santana do Parnaíba e outra em São Paulo, na avenida Santo Amaro). “A Sabesp não pode se furtar de fiscalizar com responsabilidade os 1.560 contratos firmados com empresas privadas. São vidas que estão sendo ceifadas e, mesmo sendo uma terceirizada, a Sabesp é a contratante desta empresa”, cobrou o Sindicato.