O centro universitário FIG Unimesp de Guarulhos reuniu nesta quinta-feira (19) em audiência pública lideranças políticas, sindicais e especialistas em saneamento para debater a privatização da Sabesp. A iniciativa foi do deputado Márcio Nakashma que lidera o movimento local contra a privatização da empresa.
Na ocasião, a direção do Sintaema afirmou que a Sabesp é lucrativa, bem avaliada no estado e que não há justificativa para que seja privatizada. O governador Tarcísio deu mais um passo no processo de privatização enviando na terça-feira (17) Projeto de Lei para ser votado na Alesp.
“Não há justificativa para privatizar a Sabesp”, afirmou a direção do Sintaema. Em 2022 foram repassados aos cofres do Estado 436 milhões de reais, em forma de dividendos. “Tarcísio quer transformar uma empresa lucrativa em deficitária que não vai investir no saneamento e nem na saúde da população. A empresa privada visa o lucro. Essa é a lógica da iniciativa privada”.
Exemplos de experiências de privatização do saneamento que fracassaram no Brasil e no mundo foram apontadas pelo Sintaema durante a audiência. O sindicato informou que de acordo com o estudo transcontinental são 256 cidades espalhadas pelo mundo que reestatizaram os serviços.
No Brasil, o estado do Tocantins – que privatizou os serviços em 1998 – teve que criar uma estatal em 2010 porque a empresa privada responsável pelo saneamento no estado devolveu ao poder público a responsabilidade pela política de saneamento de 75 dos 125 municípios que tiveram os serviços privatizados.
Participaram da plenária, o deputado estadual Márcio Nakashima (PDT) e o vereador Leandro Dourado (PDT). Nakashima apresentou uma petição em defesa da Sabesp pública. O vereador Leandro apontou pontos que não foram esclarecidos na concessão da SAAE (empresa de água e esgoto de Guarulhos) à Sabesp e colocou o gabinete á disposição da luta contra a privatização da companhia.
Sindicato dos metalúrgicos, ONDAS e Agência de Desenvolvimento e Inovação de Guarulhos (Agende) reforçaram os argumentos do Sintaema. De acordo com o representante desta última entidade, a privatização significará o risco de quebra da cadeia produtiva da cidade e pode abalar a relação de confiança entre a Sabesp e os empresários atrapalhando um vínculo consolidado que beneficia o município.
Com fotos e informações da Nova Alto Tietê