Home Destaque Educação de São Paulo é alvo do desmonte de Tarcísio de Freitas

Educação de São Paulo é alvo do desmonte de Tarcísio de Freitas

A recusa do secretário de educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, em receber os livros didáticos do MEC provocou, no início deste mês, indignação entre educadores e entidades do segmento. A proposta de Feder e do governador Tarcísio seria a de adotar na educação pública paulista para o próximo ano um projeto educacional exclusivamente com base em conteúdo nas plataformas digitais. Após as reações, o governo voltou atrás.

Educadores e entidades do setor questionaram a decisão e cobraram transparência sobre essa proposta do governo. Não aderir ao Programa Nacional do Livro Didático significa que São Paulo abre mão de 120 milhões de reais que seriam comprados em livros pelo governo federal para os estudantes do Estado.

O secretário argumentou que o governo quer modernizar as ferramentas do aprendizado. Na realidade, a medida pode excluir estudantes que não tenham internet ou computador. Do ponto de vista dos educadores, a política de metas indicada por Feder para as plataformas pode levar à um sobrecarga física e emocional daqueles profissionais.

Ex-secretário de educação no Paraná, Feder colocou essa proposta em prática naquele estado. Pesquisa realizada pela APP-Sindicato dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola do Paraná e o Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) mostrou que, durante a gestão de Feder, 91,3% dos profissionais da educação ficaram sobrecarregados com o uso das plataformas e a cobrança de metas extorsivas. Adoecimento físico e mental foram apontados como consequência da adaptação às plataformas.

Na opinião da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) falta qualidade às plataformas digitais do governo de São Paulo. “O material traz atividades que não apresentam rigor conceitual e editorial”. Segundo a entidade, o conteúdo ignora as diretrizes da educação no país e também o que deve ser desenvolvido em cada nível escolar, pontos que são exigências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

A pressão ao governo do Estado veio também do Ministério Público do Estado que abriu inquérito para apurar a conduta do governo no caso dos livros didáticos.

A direção do Sintaema repudia a medida do governador Tarcísio de Freitas e do secretário que olham para a educação como mercadoria e não como um direito e querem incorporar à educação pública a lógica das empresas privadas focadas na geração de lucro.