Absurdo: dinheiro advindo da venda será investido no Metrô, em detrimento do saneamento Companheiros, desde que o projeto 410/03 foi aprovado no ano passado sob nossos protestos, já sabíamos que a venda das ações da Sabesp seria iminente. O Sintaema, como entidade que sempre defendeu a gestão pública do saneamento, sendo contrário a qualquer modalidade de privatização, lutou de todas as formas para evitar o desmonte, mas o rolo compressor do governo Alckmin passou por cima de todos os clamores dos trabalhadores, e hoje a venda da Sabesp é uma cruel realidade. Na edição anterior informamos que, por conta de vários fatores, inclusive de uma multa por danos ambientais, a venda das ações foi suspensa. Porém, no dia seguinte ao fechamento da edição do Jornal do Sintaema, a Sabesp ofertou 21,5% de seu capital no Brasil e em Nova York. A compradora de 6% das ações foi a Alliance Capital Management, umas das maiores gestoras americanas de fundos de investimento controlada pela francesa AXAL Financial, e um lote extra foi comprado pelo Citigroup, coordenador da venda. Uma pergunta que não cala: A operação, que rendeu à Sabesp R$ 658 milhões, foi finalizada semana passada. Por que então a Sabesp firmou contrato com o Unibanco e o Citygroup até 30 de abril de 2007, no valor de R$ 3 milhões, para coordenar a venda, se ela já está liquidada? Ou será que não está…? Lucro vai para o Metrô Contraditoriamente, o governo investirá o dinheiro no projeto de expansão do Metrô. Em que pese a necessidade de investimentos no transporte público, em especial no Metrô, o qual acreditamos merecer recursos não só na infraestrutura como nos profissionais da categoria, é um descalabro o governo promover o desmonte da Sabesp, não aplicando estes recursos na própria empresa justamente no momento em que ela carece de grandes investimentos (vide as constantes iminências do rodízio e do racionamento). Que política é esta deste governo, que prioriza outros setores em detrimento do saneamento, vital para a saúde e qualidade de vida da população? Como se sabe, Alckmin foi presidente do Programa Estadual de Desestatização-PED, responsável pelas privatizações que ocorreram em São Paulo, e agora, aos poucos, vai liquidando uma das últimas e mais importantes empresas públicas que restam no Estado.