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Editorial – Movimento Sindical em ebulição

O movimento sindical atravessa um período de intensas alterações, caracterizadas por grandes fusões e surgimento de novas entidades, tanto no âmbito nacional quanto internacional. No plano mundial, mais precisamente nas organizações de representação internacional, tem ocorrido fusões e reestruturações. Há pouco, a Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres – CIOSL (a qual CUT e Força Sindical são filiadas) e a Confederação Mundial do Trabalho – CMT (ligada à Igreja Católica) se fundiram e estão formando a Central Sindical Internacional – CSI. Simultaneamente, a Federação Sindical Mundial – FMS, inspirada nos valores socialistas surgidos após a Revolução Socialista no século passado, também está em vigoroso processo de reestruturação. No Brasil, após a reeleição do presidente Lula, ocorreu um realinhamento de posições no movimento sindical gerando um novo cenário marcado pela “concentração e dispersão”. Durante o governo FHC havia uma polarização entre as centrais CUT e Força Sindical. Com o governo Lula, essa polarização foi diminuindo e hoje vemos as duas centrais assumindo posições bem próximas em vários pontos. Essa nova realidade repercutiu no movimento e o que está acontecendo é uma dispersão entre as centrais. Hoje, nosso País conta com mais de 10 centrais. A mais recém criada é a União Geral dos Trabalhadores – UGT, resultante da fusão entre a CGT, SDS e CAT. No interior da CUT, várias de suas correntes se deslocaram e optaram por trilhar seus próprios caminhos, construindo suas próprias centrais, como a Conlutas e a Intersindical, esta última em formação. A Corrente Sindical Classista – CSC, que está na CUT há mais de 15 anos, também está rumando para se tornar uma central, sua concretização se dará ainda neste ano. Essa verdadeira metamorfose que se observa não deve ser interpretada como algo oportunista, divisionista ou qualquer visão similar. Deve ser compreendida como o cume de um processo de amadurecimento precedido de um período intenso de debates vivido no seio da própria central e no movimento sindical em geral, impulsionado pelo fato de o governo federal ter reconhecido as centrais, uma antiga reivindicação. O Sintaema, coerente com sua trajetória, também está inserido neste salutar debate dando sua contribuição a partir de seu entendimento de que é necessário construir um sindicalismo cada vez mais politizado, democrático, plural, classista e unitário, expressado nas lutas imediatas e tendo como estratégia a superação do capitalismo pelo socialismo.