O covarde ataque desferido pelo governo Serra contra os metroviários ao demitir 61 funcionários quando a categoria realizou uma greve de dois dias, mostra uma postura autoritária, intolerante e vingativa, semelhante a dos tempos da ditadura, que precisa ser repudiada com toda veemência. Alegando que as demissões foram apenas expedientes administrativos, o governo estadual tenta desviar a opinião pública do foco principal. Neste episódio, o crucial para o governo consiste exatamente em quebrar as pernas do sindicato, pois há vários meses a entidade vem numa queda de braço com o governo contra a política privatizante, mais precisamente da Linha 4 (amarela) do Metrô. As denúncias feitas pelo sindicato sobre os riscos da entrega desses serviços, somadas ao gravíssimo acidente na construção da linha, empurrou o governo para a defensiva. Acuado, o governo não se conteve e rapidamente, de maneira vingativa, partiu para o contra-ataque. O meio encontrado foi alterar a forma da distribuição da Participação nos Resultados, um golpe premeditado, visto que o governo sabia que os trabalhadores se oporiam a essa mudança. A utilização do método de demitir quando se resiste à determinada política evidencia que Serra não gosta do debate e não tem equilíbrio suficiente para conduzir conflitos como este, nos marcos da democracia. Sua postura vingativa e intolerante tem o intuito de intimidar qualquer movimento que venha questionar sua política neoliberalizante. Mas o movimento sindical não se intimidou e foi para as ruas. No último dia 17, um ato promovido pelos metroviários foi realizado no centro de São Paulo com a presença do Sintaema e vários sindicatos, centrais sindicais, associações e partidos políticos. A voz sonante que se ouviu é “se unir e exigir a imediata readmissão dos metroviários”. O Sintaema manifestou se apoio total e irrestrito a esta luta.