“Precisamos romper com a espiral de insegurança e morte imposta à classe trabalhadora”, defende o presidente do Sintaema, José Faggian, durante mesa de abertura no debate “Reflexões sobre o Dia 28 de Abril e os Impactos do Trabalho na Saúde da Classe Trabalhadora”, que ocorreu na tarde desta segunda (25), em formato híbrido, na sede do Sintaema.
O debate é uma realização do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos Pesquisas de Saúde e Ambinete de Trabalho) e do Sintaema, com o apoio das centrais sindicais, Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Sistema Único de Saúde (SUS).
Além do presidente e do secretário-geral do Sintaema, também participaram do debate Eduardo Bonfim, também do Diesat; Luciano Lima Leivas, Ministério Público do Trabalho; Fernando Pigatto, representando o Conselho Nacional de Saúde; Flávia Ferreira, SGSAT/Ministério da Saúde; Luís Carlos de Oliveira, do Fórum das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
“Uma atividade muito importante e urgente, sobretudo na atual etapa de avanço da precarização, potencializada na pandemia, pior crise sanitária já vista em nosso país e que, associada ao governo nefasto de Jair Bolsonaro, condenou milhares a uma situação devastadora”, afirmou Faggian ao listar diversos ataques do governo que cado desde criminalização do movimento sindical, até o fechamento do Ministério do Trabalho, enfraquecimento da Justiça do Trabalho.
Acidentes em números
Dados publicados pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, desenvolvido e mantido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito da Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente, nos últimos dez anos (2012-2021) o Brasil computou 22.954 mortes no mercado de trabalho formal. Apenas em 2021, foram comunicados 571,8 mil acidentes e 2.487 óbitos associados ao trabalho, com aumento de 30% em relação a 2020.
O estudo também revelou que, entre 2012 e 2021, foram registradas 6,2 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) e o INSS concedeu 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, incluindo auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente.
Saúde Mental
Ao comentar os temas elencados para a discussão na atividade, o secretário-geral do Sintaema e presidente do Diesat, Edison Flores, alertou que a questão da Saúde Mental está entre os pontos mais preocupantes do Diesat. Segundo ele, os adoecimentos explodiram na pandemia e, numa razão inversa, os investimentos por parte do governo em órgãos fiscalizadores e políticas de combate à precarização, por exemplo, foram ínfimos.
“A atividade demonstrou um cenário muito preocupante e que nos cobra muito na atual etapa que o país vive. O projeto em curso no Brasil tem em seu DNA a exploração brutal. E precisamos pavimentar uma saída para essa triste realidade. Nesta linha, o evento também tratou, inclusive, de construir contribuições para a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental e fortalecer um movimento contra essa realidade. Também lançamos o livro ‘Quando eu soltar minha voz’, que conta com a participação de diversos estudiosos e que reúne pesquisas e análises que retratam os desafios que temos em torno desta pauta”, destacou Flores.
Confira aqui como foi o debate: