Nos dias 19 e 21 de julho o Sintaema promoveu protestos em frente à Sabesp da Ponte Pequena e da Costa Carvalho para que a direção da empresa não recorresse da sentença proferida no TRT no último dia 8 que prevê o aumento real de 1,5% em janeiro de 2011, com retroatividade a maio deste ano. A sentença foi publicada no Diário Oficial em 22 de julho, mas no dia 29 a Sabesp ingressou com embargos declaratórios sobre o dissídio, no próprio TRT. Esta atitude, já esperada, mostra que a Sabesp de fato não tem consideração alguma com os trabalhadores, é a característica forte da administração Gesner Oliveira, uma gestão que deixará sua marca pela insensibilidade ao pleito da categoria. O Sintaema não medirá esforços para mobilizar a categoria contra mais um ataque aos trabalhadores. Melhor empresa de saneamento não valoriza seu quadro funcional É vergonhoso a Sabesp adotar esta postura de recorrer da decisão sendo que foi considerada a melhor empresa de saneamento do Brasil, de acordo com o Instituto Trata Brasil. Para obter esse título a empresa contou com a capacidade e profissionalismo dos trabalhadores. Em 2009 o lucro chegou a R$ 1,4 bilhão – o maior já registrado. Portanto, deveria reconhecer os méritos da categoria, e não suprimir suas conquistas como vem fazendo. A quem interessa mais um sindicato? A união faz a força, o ditado é velho e certo, mas a divisão enfraquece, e a nossa categoria, que hoje reúne mais de 15 mil sócios no Sintaema, consegue avanços graças a essa união. Porém, a direção da Sabesp está toda prosa com o Sintec-SP, Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio de São Paulo. No dia 26 de julho o presidente Gesner recebeu os representantes desse sindicato que quer representar os técnicos nas negociações salariais. A interação entre o presidente da Sabesp e o do Sintec foi tão “harmoniosa” que Gesner foi convidado a dar uma palestra no Congresso do Sintec e aceitou prontamente, o que deixou o presidente do Sintec muito contente e satisfeito, de acordo com matéria publicada no site do sindicato. O presidente do Sintec disse que o encontro com Gesner “superou suas expectativas”. Muito suspeito! Ora, sabemos que a relação patrão-empregado é marcada pela correlação de forças, e as relações devem ser respeitosas, mas sem atrelamentos. Em um processo de representação de base, primeiro o sindicato conversa com os trabalhadores, depois com os sindicatos que já representam a categoria e por fim com o patronato. Esta aproximação preocupa o Sintaema porque se juntos os trabalhadores travam uma árdua luta com a empresa, divididos terão menos poder de negociação. E se não avançamos nas negociações salariais não é por falta de sindicatos, e sim pela falta de sensibilidade do presidente da empresa, que durante todo o período reuniu-se apenas uma vez para negociar com as entidades para dizer “não” aos trabalhadores. Esperamos que o Sintec-SP não se iluda com o canto de sereia da direção da Sabesp.
