Foi anunciado pelo presidente Lula no dia 22 de janeiro o Programa de Aceleração do Crescimento-PAC, que prevê investimentos nos setores de infra-estrutura, logística e energia, cujo montante de recursos são da ordem de R$ 502 bilhões nos próximos quatro anos. O objetivo é enfrentar os problemas nacionais, buscando resgatar o papel do Estado como indutor do desenvolvimento. Este resgate do papel do Estado na economia é positivo e está de acordo com os anseios dos trabalhadores e demais segmentos que há muito lutam contra o neoliberalismo e sua lógica, em que tudo se subordina deus mercado. Contudo é preciso ressaltar que as medidas ainda são tímidas e insuficientes perante aos enormes desafios, sendo limitada pelo conservadorismo da atual política macro-econômica, destacadamente a famigerada política de juros altos praticada pelo Banco Central, que inviabiliza qualquer proposta de crescimento produtivo. Além disso, inclui propostas polêmicas não digeridas pelos trabalhadores e pelo movimento sindical, como a utilização do FGTS para financiar obras de infra-estrutura e a fixação de um teto (1,5% + IPCA) com despesas para o funcionalismo. O programa, apesar dos limites e insuficiências, aponta no rumo certo e coloca na ordem do dia o debate sobre a necessidade de construirmos um País que ofereça condições de vida dignas e ao mesmo tempo abra perspectiva para transformações mais profundas. O grande desafio para o movimento sindical no momento consiste em mobilizar os trabalhadores para que o crescimento econômico se consolide e mais que isso, lutar pelas suas demandas com base na valorização do trabalho, distribuição de renda e inclusão social. Desta base surgem variáveis, como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, fim das horas extras e contratação de mão de obra formal, entre outros. Enfim, só conseguiremos êxito nesta empreitada com grande mobilização social, e o Sintaema, como um dos protagonistas deste movimento, envidará todos os esforços neste sentido.