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NEOLIBERALISMO- Afronta ao movimento sindical

Na calada da noite, a Câmara dos deputados aprovou, com os votos do PSDB, DEM e PPS, alterações no projeto de legalização das centrais sindicais que batem de frente com o movimento sindical: a interferência do governo na estrutura sindical, através de fiscalização das contas das entidades através do Tribunal de Contas da União, e a mudança no imposto sindical, que deixaria de ser compulsório, ou seja, o desconto de um dia de trabalho apenas seria executado com a prévia autorização do trabalhador. Esta mudança se daria perante a organização dos trabalhadores, visto que na organização sindical patronal continuará compulsório, deixando claro que o objetivo é enfraquecer o lado dos trabalhadores. Este golpe da direita visa tentar enfraquecer o movimento, pois o projeto de legalização, sem as alterações, foi amplamente debatido com os trabalhadores e objeto de consenso entre as centrais, de forma transparente e democrática. O fim do imposto sindical é uma bandeira das centrais, e o Sintaema há muito tempo o aboliu na categoria, inclusive foi uma resolução de Congresso que aprovou tal ato, e quando há a necessidade de se arrecadar recursos para reforço de caixa, o sindicato submete à aprovação dos trabalhadores. Mas o que não se pode aceitar é a forma como isto foi colocado, passando por cima dos legítimos debates que antecederam o projeto de lei das centrais, um golpe sujo, neoliberal e que o movimento sindical não pode admitir. A outra alteração, uma agravante à liberdade sindical, é a submissão dos sindicatos à fiscalização do governo, o que é inadmissível, incoerente, e que merecerá todo o repúdio do movimento sindical. As centrais já estão se mobilizando e caso os autores das emendas insistam em mantê-las, o movimento tende a crescer e ganhar as ruas.