Em vistoria na Estação de Tratamento de Esgotos de São Miguel Paulista, no dia 26 de janeiro, os companheiros cipeiros constataram várias irregularidades que apresentam situações de risco, dentre elas a mais crítica é a da fase sólida (DML). O lodo está acondicionado em pátio cimentado e transportado para caminhões através de retro-escavadeiras, o que pode ocasionar acidentes e transmissão de doenças aos trabalhadores. O piso com lodo e chorume torna-se muito escorregadio, e já provocou o derrapamento da retroescavadeira, que derrubou parte do muro e danificou várias colunas de sustentação da estrutura ocasionando sério risco. Pelo projeto original da ETE – que foi modificado porque não deu certo, não funcionou, e ninguém da direção da empresa foi responsabilizado por isso – o lodo era prensado e corretamente recalcado para os silos de armazenamento. Da forma como está, o lodo fica amontoado e exposto a chuvas, ao sol e ao vento, facilitando a proliferação de vetores transmissores de doenças, além do desconforto com o mau cheiro da decomposição. Além desses fatores, ainda há o risco de contaminação do solo, do lençol freático e da fauna local. Não foi verificado sistema eficiente de impermeabilização e outro ponto preocupante é que a ETE São Miguel nasceu com um erro grave de projeto (não assumido pela empresa): está em área de inundação em uma cota muito próxima a cota normal do rio Tietê. Com isso, a mínima chuva transborda o rio e suas águas invadem a ETE e se misturam ao lodo do DML, causando grandes transtornos aos trabalhadores e prejuízos à empresa, tornando o ambiente ainda mais insalubre e deixando evidente o grande descaso da gestão tucana com o dinheiro público. Esses problemas foram relatados pelos cipeiros à gerência e à superintendência da empresa que se comprometeu em tomar providências necessárias como investimentos, contratações de pessoal e treinamentos. O sindicato acompanhará o caso de perto para acelerar a recuperação desta importante unidade que está sucateada desde a última enchente. O Sintaema não vai permitir que o local deixe os trabalhadores vulneráveis a acidentes, doenças e outros transtornos, pois são eles os únicos responsáveis pelo bom andamento do que ainda funciona no sistema, mesmo com todas estas precariedades.