Nada é tão legítimo na passagem de mais um Dia Mundial do Meio Ambiente, que admitir a óbvia necessidade que temos de “comemoração”. Expõe, ao lado de outras tantas datas, como o Dia Internacional da Mulher, Dia do Trabalhador, Dia da Consciência Negra, etc., a real necessidade de existir como um dia de luta pelos que podem menos. Pode parecer pouco, mas as manifestações com data marcada têm contribuído para que ao longo dos anos, as lutas iniciadas pelas minorias menos favorecidas, passem a ter força nos movimentos sociais e presença na consciência da sociedade como um todo. No entanto, na contramão do marcante amadurecimento da opinião pública sobre os problemas ambientais atuais, as políticas e órgãos ambientais do governo, nascidos na sua maioria no regime ditatorial e estruturados nos anos 70, vivem no Estado Democrático, um processo de desmonte que vai da falta de políticas à falta de recursos. Na SMA, a falta de recursos promovida pela política neoliberal, sucateou os sistemas de fiscalização e controle, que a cada ano se tornam mais burocratizados e menos eficazes. A evidente falta de recursos de órgãos e setores do sistema tem provocado a busca de financiamento e mão-de-obra externos para projetos de interesse duvidosos, pulverizados e desarticulados de uma política ambiental consistente e coerente com a realidade preocupante dos recursos naturais do Estado. Mais que nunca, é dia de denunciar a falta de recursos e políticas de governo, e lutar pelo Meio Ambiente.
