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Bolívia – Atitude Soberana

No dia 1º de maio, Dia do Trabalho, o presidente da Bolívia Evo Morales, decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos (gás natural e petróleo), exigindo a negociação sobre os contratos com as empresas que exploram o recurso naquele país, inclusive a Petrobrás. Morales quer mudar a porcentagem das receitas daqui por diante: 82% para o Governo e 18% para as empresas. De acordo com o governo boliviano, o preço pago pelas empresas pelo gás extraído é miserável, e a Bolívia recebe pouco enquanto as empresas ganham muito. Se as empresas não aceitarem, serão expropriadas. Ao contrário do que noticia a imprensa burguesa, a atitude de Morales foi apoiada pela população e vem tendo respaldo até mesmo da oposição, que cancelou uma paralisação cívica após o anúncio da nacionalização. A postura do Governo Brasileiro diante do Decreto também é louvável: vai defender os interesses das empresas brasileiras, principalmente a Petrobrás, mas respeitando a soberania da Bolívia. Morales, um indígena que chegou ao poder para defender os interesses de seu povo, está dando um exemplo de soberania, de contrariedade à subserviência neoliberal, cujo cerne está no “Estado mínimo” e na privatização das empresas públicas. Morales está cumprindo o que prometeu a seu povo: recuperar o controle dos recursos naturais, resgatar a dignidade dos bolivianos. Quando a Vale era nossa… Este episódio nos remete ao governo FHC, que, ao contrário do exemplo boliviano, privatizou a segunda maior produtora mundial de manganês e ferro ligas e a maior empresa de extração de minério de ferro a céu aberto do mundo, a Companhia Vale do Rio Doce. Agora, os mesmos da direita entreguista falam hoje em soberania e exigem uma atitude mais enérgica do atual governo federal, quando à época entregaram nossas riquezas naturais ao capital privado, sem contar diversas privatizações promovidas. Criada pelo Governo Federal de 1942, a Vale foi leiloada em 1997, apesar de toda a luta dos trabalhadores e a revolta da população brasileira contra a entrega da mesma, somados a centenas de ações populares, mas que foram extintas. Agora, uma decisão judicial prevê a reabertura destas ações, o que reacende a esperança e disposição de luta dos brasileiros em relação a uma das maiores riquezas naturais do país. Atualmente, a Vale é controlada por investidores nacionais e estrangeiros.