Fazer um balanço dos avanços e das conquistas de 2012 é um assunto espinhoso para os trabalhadores da Fundação Florestal. Tivemos nossa data-base em maio, que, como sempre, foi adiada e não reconhecida pela direção da Fundação, o aumento veio com índice menor do que o pleiteado, e principalmente que foi recomendado pelo TRT.
Houve o movimento paredista, com manifestações sempre pacíficas, e mesmo assim em dado momento nos vimos em 1968, tempo do AI5, parecia uma volta ao tempo da ditadura, tempos da intolerância , imposição de armas contra os trabalhadores, tempos em que a manifestação era algo que o Estado da época reprimia com energia desproporcional ao povo, um tempo que não serve de exemplo para hoje.
Após a Constituição Federal de 1988 temos um Estado de direito no Brasil, que reconhece a legitimidade da representação popular através dos sindicatos e outras instituições, onde as pessoas se reúnem, não para promover bagunça, mas ter sua voz e seu direito reconhecido, tal
qual está no texto Constitucional.
Apesar do que aconteceu, mantivemos nossa posição de continuar lutando, houve a audiência no TRT, onde a desembargadora se espantou com um acordo coletivo não fechado ainda e que devia ter acontecido em maio.
Nesta mesma audiência, foram levantadas questões, além da reposição inflacionária, o valor ínfimo da cesta básica, questões sobre EPI’s que faltam, entre as várias situações que dificultam o trabalho diário de proteção ao meio ambiente.
Enfrentar caçadores, lenhadores e palmiteiros com uniformes velhos, sem botas, sem coletes balísticos, ou quando existem, estão vencidos, sem contar quando alguns dos veículos utilizados para fiscalização não estão devidamente identificados, colocando em risco a vida dos trabalhadores. Em vários locais da Fundação Florestal que o Sintaema visitou, os poucos EPIs existentes foram providenciados pelos próprios funcionários, como compra de botas e camisetas, entre outros.
O Sintaema firmou compromisso com a Superintendência regional do Trabalho de São Paulo para intensificar as fiscalizações em relação aos EPIs, condições dos locais de trabalho, e outras necessidades que forem sendo levantadas.
Importante também ressaltar nesse ano que passou os inúmeros ofícios que foram enviados à direção da Fundação Florestal, que os ignorou não os respondendo, e pior, esse silêncio só mostra que não há um diálogo razoável para atender ao pleito dos trabalhadores, de analisar
as possíveis alternativas de solução com as suas respectivas dificuldades.
O aumento que foi repassado aos trabalhadores da FF ficou aquém do que foi pedido, sob a alegação de falta de dinheiro; Se o estado mais rico da Federação não consegue atender minimamente ao seu próprio funcionamento, isso nos traz uma série de dúvidas sobre este mesmo estado.
Alegar que o aumento não é devido porque se trata de uma Fundação Pública é discutir a semântica da lei, e a inflação que corrói os salários é a realidade diária que os trabalhadores enfrentam e mesmo assim continuam trabalhando para a preservação ambiental.
A Fundação Florestal tem um plano de cargos e salários desde 1997 que nunca foi efetivamente implantado, porque, como sempre não há dinheiro.
Esta será uma das bandeiras que estaremos lutando em 2013, mas tem que ser um plano decente, sem cargo genérico, sem pegadinhas para achatar salário e aumentar a carga de trabalho que há pelo reduzido quadro de funcionários de carreira.
Também é importante que haja concursos públicos com regras claras, com oportunidade de trabalho e renda justas para cada função e desta forma aconteça o devido retorno à sociedade de um trabalho de preservação e conscientização ambiental.
Desta forma, em 2012, o orgulho que temos que ter é de que lutamos, mostramos a nossa indignação, e mais, com experiências de luta e união de força que em 2013 serão necessários.
Juntos na luta em 2013!