A falta de investimento do Estado desestrutura e precariza as relações de trabalho. Cria o caos e depois se utiliza da situação, criada por ele mesmo, como argumento para terceirizar, para gerar lucro para alguém. Poderíamos estar falando de qualquer uma das empresas do Estado que tem sido alvo dessa receita nos últimos dezesseis anos, porém, estamos falando do restaurante que existe dentro da área operacional do complexo do Horto Florestal, onde trabalhadores da Fundação Florestal, do Instituto Florestal, estagiários, funcionários de empresas terceirizadas, policiais ambientais, grupos da terceira idade e comunidades carentes em visita ao Parque se alimentam durante a semana: o famoso “bandejão”, que agora será terceirizado. A situação é precária: muitas vezes sequer há feijão, quem chega após as 12h: 40 corre o risco de ficar sem comida, não há opções no cardápio e outros problemas. E se não fosse o empenho de seus trabalhadores a coisa poderia estar pior. Vale lembrar que as refeições são pagas e os preços são e devem ser acessíveis haja vista o arrocho salarial a que estão submetidos boa parte dos trabalhadores que se utilizam do bandejão, única opção dentro do complexo, e quem não tem carro tem dificuldade para almoçar fora. É um absurdo entregar o “bandejão” à terceirização para fazê-lo gerar lucro. Com bom senso é possível termos um restaurante de qualidade, com preço baixo e auto-sustentável. A terceirização, além de não garantir qualidade é certeza de aumento de preço. Essa é a lógica do lucro. Basta um mínimo de investimento do Estado em estrutura para que se mantenha o benefício a esses trabalhadores que se dedicam, mesmo em condições precárias, à preservação ambiental em São Paulo. Será que nem isso esse governo pode ou quer fazer por seus trabalhadores? É esse o tal governo que “cuida de gente”?